Resumo
O entendimento da leitura e da produção de livros no Brasil pode ser visto como um processo de construção social a partir do modo de colonização arbitrado pela metrópole portuguesa. Diante disso, a formação intelectiva do brasileiro teve perdas, uma vez que lhe foi impedido o acesso a construções ideológicas importantes e ganhos, porque teve que driblar as peias coercitivas impostas pela pátria lusitana. Pero Vaz de Caminha, Gregório de Matos, Tomás Antônio Gonzaga foram alguns dos nomes que conseguiram na contemporaneidade a valorização justa em função não só da qualidade textual de suas obras, mas do esforço em serem escritores em um país de poucos leitores e, principalmente, incentivos ligados à intelectualidade. Neste sentido, percebe-se a colonização do país não só como exploratória, mas também como inibidora do processo emancipatório do brasileiro. O reflexo disso, na literatura atual, é a reprodução de situações que marcam a construção sócio-histórica do país desde sua base colonial. Portanto, para compreender o hoje, faz-se necessário revisitar o ontem.
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