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A literatura na organização didática da escola moderna: em um caminho de perdas, a expressão de uma sociedade utilitarista
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Palavras-chave

Literatura. História. Educação

Como Citar

SOUZA, Ana Aparecida Arguelho de; GRANETTO, Graciela Fátima. A literatura na organização didática da escola moderna: em um caminho de perdas, a expressão de uma sociedade utilitarista. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 14, n. 60, p. 115–133, 2015. DOI: 10.20396/rho.v14i60.8640551. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640551. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Trata este artigo da investigação da literatura e de seus instrumentos de ensino na organização do trabalho didático na escola burguesa. Assenta-se a discussão nos fundamentos da Ciência da História defendida por Marx e Engels em A Ideologia Alemã (1987, p. 23), que afirmam ser a história a única ciência efetivamente. Fundamentado na  ideia de que é por meio da história que se pode apreender os objetos em sua gênese, desenvolvimento e obsolescência, este trabalho buscou captar, no contraponto com a Idade Média, a historicidade da literatura tal como ela se configurou em instrumentos didáticos específicos – manuais, compêndios e antologias – produzidos pela burguesia, ao longo do desenvolvimento do capitalismo. O objetivo foi delinear as perdas que sofreu a literatura nesse caminho, dentro de uma organização didática em que os instrumentos para o ensino da literatura, seguindo o espírito da escola manufatureira, relegou a literatura a um conteúdo sem expressão, feito de resumos e fragmentos. Para tanto procedeu ao levantamento e seleção desses instrumentos, buscando demonstrar por meio de sua análise, que na organização do trabalho escolar de nossos dias não há lugar para as altas literaturas que compõem o grande patrimônio cultural da humanidade.

https://doi.org/10.20396/rho.v14i60.8640551
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