Resumo
Os artefactos arquitectónicos não são apenas objectos físicos, mas objectos sociais que estruturam relações de co-presença e de encontro pelo modo como suportam a distribuição dos fluxos de movimento e, consequentemente, organizam os usos que neles se realizam. Partindo de tal pressuposto e considerando a necessidade de aprofundar a compreensão das relações espaço-uso, neste trabalho desenvolveram-se procedimentos analíticos orientados para o estudo das condições de uso dos artefactos arquitectónicos e, subsequentemente, para um melhor entendimento dos nexos estabelecidos com a condição espacial. Pretendeu-se deste modo contribuir para o desenvolvimento de técnicas baseadas numa visão computacional da mobilidade e interacção dos utilizadores produzindo registos documentais não arbitrários dos seus padrões de movimento/navegação e de ocupação/co-presença e fundamentando a sua análise em termos quantitativos. A tecnologia vídeo permitiu o registo simultâneo do movimento e do espaço que o conforma. A visão computacional da mobilidade em espaços informais de aprendizagem (átrios) permitiu obter e tratar dados em quantidade, condição necessária à fundamentação da relação espaço-uso. O método seguido considerou a instalação de um sistema de aquisição de imagens analisáveis por um algoritmo de detecção e seguimento automático de utilizadores para efeitos de processamento da informação. Os padrões de movimento/navegação e de ocupação/co-presença obtidos foram correlacionados com as propriedades configuracionais obtidas pela aplicação do modelo descritivo da Sintaxe Espacial (Hillier e Hanson, 1984). Foi possível analisar nexos entre a configuração do espaço e os padrões de movimento/navenavegação e de ocupação/co-presença, questão fulcral para o processo conceptual em Arquitectura.A PARC Pesquida em Arquitetura e Construção utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.
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