Banner Portal
Impactos das mudanças climáticas no desempenho termoenergético de edificações residenciais brasileiras
PDF (English)

Palavras-chave

Mudanças climáticas
Desempenho termoenergético
Conforto térmico
Eficiência energética
Envoltória

Como Citar

MACHADO, Jéssica de Mello; MALTA, Nayara Salera; BUSSOLOTTI, Victor Moura; FERRÃO, Ariane Louzada Sasso; NICO-RODRIGUES, Edna Aparecida; ALVAREZ, Cristina Engel de. Impactos das mudanças climáticas no desempenho termoenergético de edificações residenciais brasileiras. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 13, n. 00, p. e022025, 2022. DOI: 10.20396/parc.v13i00.8665832. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/parc/article/view/8665832. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

As mudanças climáticas apontam para um cenário futuro de projeções heterogêneas de aquecimento terrestre. Nesse contexto, os edifícios são responsáveis por uma parcela significativa do consumo energético global destinado à manutenção do conforto térmico dos ocupantes, especialmente quando não pode ser obtido por meio de estratégias passivas de condicionamento. O objetivo da pesquisa foi comparar o impacto das mudanças climáticas no conforto, no desempenho térmico e no consumo energético de uma edificação multifamiliar naturalmente ventilada à sua proposta de adaptação das esquadrias e dos sistemas de vedação vertical ao contexto climático local. Foram selecionadas Manaus, Vitória, Brasília e Porto Alegre para a realização de simulações de um Modelo Real (MReal) – representativo de edificações existentes – e de um Modelo Otimizado (MOt) – que incorpora recomendações da NBR 15575 e estratégias de condicionamento passivo. Os cenários climáticos considerados foram o período atual (com base na série histórica 1961-1990) e futuros (2020s, 2050s e 2080s). Os resultados demonstraram que, em cenários futuros, há aumento no número de horas de desconforto térmico por calor, tanto no MReal quanto no MOt. Em geral, o MOt minimizou o desconforto térmico por calor, principalmente no período atual e na parcela de tempo de 2020s, mas apresentou, a partir de 2050s, redução na capacidade de proporcionar conforto, considerando a adoção de estratégias passivas de condicionamento. Ratifica-se que a NBR 15575 poderia incluir parâmetros de projeções climáticas futuras para adequação das edificações ao clima e contenção das alterações climáticas antrópicas.

https://doi.org/10.20396/parc.v13i00.8665832
PDF (English)

Referências

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220-3: Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e estratégias de condicionamento térmico passivo para habitações de interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Edificações habitacionais: desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2021.

ALVAREZ, C.; BRAGANÇA, L. Medidas para o Enfrentamento dos Impactos das Mudanças Climáticas no Ambiente Construído. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SUSTENTABILIDADE URBANA, 1.; JORNADA URBENERE, 14.; JORNADA CIRES, 2, 2018. Anais [...]. Vitória; Vila Velha: URBENERE; CIRES, 2018. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/59308. Acesso em: 30 maio 2021.

ALVES, C. A.; DUARTE, D. H. S.; GONÇALVES, F. L. T. Residential buildings’ thermal performance and comfort for the elderly under climate changes context in the city of São Paulo, Brazil. Energy and Buildings, v. 114, p. 62-71. Feb. 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.enbuild.2015.06.044.

ANEEL. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Bandeiras tarifárias. Brasília, 2019a. Disponível em: https://antigo.aneel.gov.br/bandeiras-tarifarias. Acesso em: 26 nov. 2021.

ANEEL. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Ranking das Tarifas. Brasília, 2019b. Disponível em: https://antigo.aneel.gov.br/ranking-das-tarifas. Acesso em: 26 nov. 2021.

ASHRAE. AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING ENGINEERS. Standard 55 – Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy. Atlanta: ASHRAE, 2004.

ASHRAE 55 - AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR CONDITIONING ENGINEERS 55. Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy. Atlanta: ASHRAE, 2010.

BELCHER, S. E.; HACKER, J. N.; POWELL, D. S. Constructing design weather data for future climates. Building Services Engineering Research and Technology, v.26, p. 49–61, 2005. DOI: https://doi.org/10.1191/0143624405bt112oa.

DESIGN BUILDER SOFTWARE. DesignBuilder Software Ltd: Version 3.4.0.041. 2000-2013. Gloucestershire: DesignBuider Software Ltd., Apr. 2014.

ELETROBRÁS. CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS. Tabela de estimativa de consumo médio mensal de eletrodomésticos de acordo com um uso hipotético. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS, 2015. Disponível em: http://www.industriahoje.com.br/wp-content/uploads/downloads/2015/01/Tabela-Consumo-Equipamentos-Procel-Eletrobras.pdf. Acesso em: 28 ago. 2021.

ELIANETEC. Fachadas ventiladas. Cocal do Sul: Eliane Tec, 2021. Disponível em: https://elianetec.com/fachadasventiladas. Acesso em: 29 de maio 2021.

EPE. EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional 2020: Relatório Síntese / Ano Base 2019. Rio de Janeiro: EPE, maio 2020. p. 73. Disponível em: https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-479/topico-521/Relato%CC%81rio%20Si%CC%81ntese%20BEN%202020-ab%202019_Final.pdf. Acesso em 30 maio 2021.

EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION.ECS. EN 15.251: Indoor environmental input parameters for design and assessment of energy performance of buildings addressing indoor air quality, thermal environment, lighting and acoustics. Brussels: CEN-CENELEC, 2007. Disponível em: http://www.cres.gr/greenbuilding/PDF/prend/set4/WI_31_Pre-FV_version_prEN_15251_Indoor_Environment.pdf. Acesso em: 10 jun. 2021.

FARAH, S.; WHALEY, D.; SAMAN, W.; BOLAND, J. Integrating climate change into meteorological weather data for building energy simulation. Energy and Buildings, v. 183, p. 749-760, Jan. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.enbuild.2018.11.045.

FLORES-LARSEN, S.; FILIPPÍN, C.; BAREA, G. Impact of climate change on energy use and bioclimatic design of residential buildings in the 21st century in Argentina. Energy and Buildings, v. 184, p. 216-229, Feb. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.enbuild.2018.12.015.

GUARDA, E. L. A.; DURANTE, L. C.; CALLEJAS, I. J. A. Impacto das mudanças climáticas no ambiente térmico interno de habitação unifamiliar em Cuiabá-MT. PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção, Campinas, SP, v. 11, p. e020031, dez. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.20396/parc.v11i0.8657188.

HUANG, K.-T.; HWANG, R.-L. Future trends of residential building cooling energy and passive adaptation measures to counteract climate change: The case of Taiwan. Applied Energy, v. 184, p. 1230-1240, Dec. 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.apenergy.2015.11.008.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Atlas do Censo Demográfico 2010: Urbanização. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv64529_cap6.pdf. Acesso em: 28 ago. 2021.

INMET. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Gráficos climatológicas (1931 – 1960 e 1961 -1990). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasil, 2018. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/graficosClimaticos. Acesso em: 20 maio 2021.

INMETRO. INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL. Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais, RTQ-R. Brasília: INMETRO, 2012. 136 p. (Anexo da Portaria INMETRO nº 018/2012). Disponível em: http://www.pbeedifica.com.br/sites/default/files/projetos/etiquetagem/residencial/downloads/RTQR.pdf. Acesso em: 17 nov. 2021.

JENTSCH, M. F.; JAMES, P. A. B.; BOURIKAS, L.; BAHAJ, A. S. Transforming existing weather data for worldwide locations to enable energy and building performance simulation under future climates. Renewable Energy, v. 55, p. 514-524. July 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.renene.2012.12.049.

KOČÍ, J.; KOČÍ, V.; MADĚRA, J.; ČERNÝ, R. Effect of applied weather data sets in simulation of building energy demands: Comparison of design years with recent weather data. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 100, p. 22-32. Feb. 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rser.2018.10.022.

LABEEE. LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES. Arquivos climáticos em formato TRY, SWERA, CSV e BIN. Florianópolis: UFSC-CTC-ECV-LabEEE, 2021. Disponível em: https://labeee.ufsc.br/downloads/arquivos-climaticos/formato-try-swera-csv-bin. Acesso em: 15 maio 2021.

LABEEE. LABORATÓRIO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES. Processamento de arquivos climáticos para simulação do desempenho energético de edificações. Florianópolis: UFSC, 2005. Disponível em: https://labeee.ufsc.br/sites/default/files/arquivos_climaticos/RT200504.pdf. Acesso em: 15 maio 2021.

LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. 3. ed. Rio de Janeiro. 361 p., 2014.

MACHADO, J. M. Avaliação de desempenho térmico em edificações multifamiliares considerando as mudanças climáticas futuras. 2019. 175 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. 2019. Disponível em: https://sappg.ufes.br/tese_drupal/tese_13348_J%C9SSICA%20MACHADO%20-%20VERS%C3O%20FINAL.pdf. Acesso em: 30 maio 2021.

MANABE, S.; WETHERALD, R. T. The Thermal Equilibrium of the Atmosphere with a given distribution of relative humidity. Journal of the Atmospheric Science, v.24, n.3, p.241-259, May 1967.

MORA, C.; DUSSET, B.; CALDWELL, I. A.; POWELL, F. E.; GERONIMO, R. C.; BIELICKI, C. R.; COUNSELL, C. W. W.; DIETRICH, B. S.; JOHNSTON, E. T.; LOUIS, L. V.; LUCAS, M. P.; MCKENSIE, M. M.; SHEA, A. G.; TSENG, H. T.; GIAMBELLUCA, T. W.; LEON, L. R.; HAWKINS, E.; TRAUERNICHT, C. Global risk of deadly heat. Nature Climate Change, v. 7, p. 501-506, June 2017. DOI: https://doi.org/10.1038/nclimate3322.

NASA. NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINISTRATION. 2018 fourth warmest year in continued warming trend, according to NASA, NOAA. Washington: NASA, 2019. Disponível em: https://climate.nasa.gov/news/2841/2018- fourth-warmest-year-in-continued-warming-trendaccording-to-nasa-noaa/. Acesso em: 30 maio 2021.

NICOL, J. F. Characterising occupant behaviour in buildings: towards a stochastic model of occupant use of windows, lights, blinds, heaters and fans. 7. In: INTERNATIONAL BUILDING PERFORMANCE SIMULATION ASSOCIATION, 7., Rio de Janeiro, 2001. Proceedings […]. Rio de Janeiro: IBPSA, 2021. p. 1073-1078. Disponível em: http://www.ibpsa.org/%5Cproceedings%5CBS2001%5CBS01_1073_1078.pdf. Acesso em: 01 maio 2021.

NICO-RODRIGUES, E. A.; ALVAREZ, C. E.; SANTO, A. D.; PIDERIT, M. B. Quando a janela define a condição de desempenho térmico em ambientes ventilados naturalmente: caso específico das edificações multifamiliares em Vitória, ES. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 7-23, abr./jun. 2015. DOI: http:// http://dx.doi.org/10.1590/s1678-86212015000200011.

NUNES, G. H.; GIGLIO, T. G. F. Influência das mudanças climáticas no desempenho térmico de uma habitação com diferentes sistemas construtivos: análise do clima de São Paulo. Revista Principia–Divulgação Científica do IFPB, v. 48, p. 46-61, 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n48p46-61.

OLIVEIRA, C. C.; SAKIYAMA, N. R. M.; MIRANDA, L. V. Desempenho térmico de uma edificação unifamiliar naturalmente ventilada para o clima de Teófilo Otoni-MG. REEC. Revista Eletrônica de Engenharia Civil, v. 13, n. 2, abr. 2017. DOI: https://doi.org/10.5216/reec.v13i2.42940.

OLONSCHECK, M.; HOLSTEN, A.; KROPP, J. P. Heating and cooling energy demand and related emissions of the German residential building stock under climate change, Energy Policy, v. 39, n. 9, p. 4795-4806, Sept. 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.enpol.2011.06.041.

PACHAURI, R. K.; MEYER, L. (ed.). Climate Change 2014 Synthesis Report: Fifth Assessment Report. 2014. Geneva: IPCC, 2014. 167 p. Disponível em: https://ar5-syr.ipcc.ch/ipcc/ipcc/resources/pdf/IPCC_SynthesisReport.pdf. Acesso em: 30 maio 2021.

PBMC. PAINEL BRASILEIRO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Mudanças Climáticas e Cidades. Relatório Especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Rio de Janeiro: COPPE – UFRJ, 2016. Disponível em: http://www.pbmc.coppe.ufrj.br/documentos/Relatorio_UM_v10-2017-1.pdf. Acesso em: 4 maio 2021.

PROCEL INFO. Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Dicas de economia de energia. Brasília: PROCEL, 2006. Disponível em: http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View=%7bE6BC2A5F-E787-48AF-B485-439862B17000%7d. Acesso em: 29 de maio 2021.

RIVAS, E.; ALLIE, K. N.; SALVADOR, P. M. Progressive dry to humid hyperthermia alters exercise cerebral blood flow. Journal of Thermal Biology, v. 84, p. 398-406, Aug. 2019. DOI: 10.1016/j.jtherbio.2019.07.036.

RORIZ, M. Classificação de climas do Brasil - versão 3.0. São Carlos: Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído - ANTAC, 2014. Disponível em: http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/Climas_v3.pdf. Acesso em: 20 de maio de 2021.

SIMPÓSIO DE INSTRUMENTAÇÃO E IMAGENS MÉDICAS, 3., 2007, São Carlos. Anais [...]. São Carlos, SP: Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, 2007.

WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION. KNMI Climate Change Atlas. Geneva: WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION, 2021. Disponível em: http://climexp.knmi.nl/plot_atlas_form.py. Acesso em 20 de maio de 2021.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 PARC Pesquisa em Arquitetura e Construção

Downloads

Não há dados estatísticos.