Banner Portal
Esquecer Foucault?
Remote

Palavras-chave

Michel Foucault. Estudos Foucaultianos. Foucaultlatria. Foucaultmania. Foucaultfobia

Como Citar

VEIGA-NETO, Alfredo; RECH, Tatiana Luiza. Esquecer Foucault?. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 25, n. 2, p. 67–82, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8642452. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

A partir de uma crítica aos “usos impertinentes” do pensamento foucaultiano na pesquisa educacional, argumenta-se que, muitas vezes, é melhor esquecer Foucault. Mas o conselho de “esquecer o careca” nada tem a ver com os ataques de alguns intelectuais contra o filósofo — entre eles, Baudrillard, Merquior, Mandosio e Semprun. Lembrando que, assim como acontece com qualquer autor ou teoria, também Foucault não é “pau para toda obra”: é preciso estar sempre atento à necessária pertinência entre, de um lado, aquilo que se pergunta e se quer estudar e, de outro lado, os recursos conceituais e metodológicos colocados à nossa disposição pelos Estudos Foucaultianos. Com isso, conservam-se e preservam-se as duas partes envolvidas: de um lado, Michel Foucault; de outro, aqueles que se valem das suas contribuições. Como conclusão, são enumeradas sugestões a serem observadas por quem quiser trabalhar com Foucault ou, a partir dele, levar adiante suas próprias investigações.

Abstract

From a critique of the “impertinent uses” of Foucault’s thinking in educational research, it is argued that it is often better to forget Foucault. But the advice to “forget the bald” has nothing to do with the attacks of some intellectuals against the philosopher — among them, Baudrillard, Merquior, Mandosio and Semprun. Remembering that, just as with any author or theory, Foucault also is not “jack of all trades”; we must always be alert to the necessary relevance pertinence between, on one hand, what we ask and is being studied and, on the other hand, the conceptual and methodological resources placed at our disposal by Foucault Studies. Thereby, we conserve and preserve the two parties involved: on one hand, Michel Foucault; on the other, those who use their contributions. To conclude, suggestions are listed to be observed by those who want to work with Foucault or, from him, carry out their own investigations.

Keywords Michel Foucault, Foucauldian Studies, foucaultlatry, foucaultmania, foucaultphobia.

Remote

Referências

AQUINO, Julio Groppa. A difusão do pensamento de Michel Foucault na educação brasileira: um itinerário bibliográfico. Revista Brasileira de Educação – ANPEd, Rio de Janeiro, v. 28, n. 53, p. 301-324, abr./jun. 2013.

BARRET-KRIEGEL, Blandine. Michel Foucault y el estado de policía. In: BALBIER, Etienne et al. Michel Foucault, filósofo. Barcelona: Gedisa, 1990. p. 186-192.

BAUDRILLARD, Jean. Oublier Foucault. Paris: Galilée, 2001.

DAVIDSON, Arnold I. Archaeology, Genealogy, Ethics. In: HOY, David C. (Ed.). Foucault: a critical reader. Oxford: Basil Blackwell, 1992. p. 221-233.

DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2005.

EWALD, François. Foucault, a norma e o Direito. Lisboa: Vega, 1993.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 17. ed. São Paulo: Loyola, 2008.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 8. ed.

Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2013.

FOUCAULT, Michel. Des supplices aux cellules. In: FOUCAULT, Michel. Dits et écrits II. Paris: Quarto, Gallimard, 2001. p. 1.584-1.588.

FOUCAULT, Michel. Est-il donc important de penser?. In: FOUCAULT, Michel. Dits et écrits IV (1980-1988). Paris: Gallimard, 2006. p. 178-182.

FOUCAULT, Michel. Polêmica, política e problematizações (1984). In: FOUCAULT, Michel. Estratégia, poder-saber. Organização de Manoel Barros da Motta. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. p. 225-233. (Coleção Ditos & Escritos IV).

FOUCAULT, Michel. Sur la sellette. In: FOUCAULT, Michel. Dits et écrits II (électronique). Paris: Gallimard, 2010. p. 720-725.

FOUCAULT, Michel. Verdade e poder. In: FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 23. ed. São Paulo: Graal, 2007. p. 1-14.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. Versão 3.0. São Paulo: Objetiva, 2009.

LARROSA, Jorge. Tecnologias do eu e Educação. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. O sujeito da Educação. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. p. 35-86.

MANDOSIO, Jean-Marc. A longevidade de uma impostura: Michel Foucault. Rio de Janeiro: Achiamé, 2011.

MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina: auto de Natal pernambucano. In: MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 169-202.

MERQUIOR, José Guilherme. Michel Foucault ou o niilismo de cátedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

OKSALA, Johanna. Como ler Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

PETERS, Michael; BESLEY, Tina (Org.). Por que Foucault: novas diretrizes para a pesquisa educacional. Porto Alegre: Artmed, 2008.

RORTY, Richard. A Filosofia e o espelho da Natureza. Lisboa: D. Quixote, 1988.

SEMPRUN, Jaime. Apologie pour l’insurrection algerienne. Paris: Encyclopédie des nuissances, 2001.

TOURAINE, Alain. Pensar outramente: o discurso interpretativo dominante. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

VEIGA-NETO, Alfredo. Currículo e interdisciplinaridade. In: MOREIRA, Antonio Flavio (Org.). Currículo: questões atuais. Campinas: Papirus, 1997. p. 59-102.

VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault, um diálogo. Entrevista. In: VEIGA-NETO, Alfredo; FISCHER, Rosa Maria Bueno. Foucault, um diálogo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 29, n. 1, p. 7-25, jan./jun. 2004.

VEIGA-NETO, Alfredo. Na oficina de Foucault. In: GONDRA, José; KOHAN, Walter (Org.). Foucault 80 anos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. p. 79-91.

VEIGA-NETO, Alfredo; LOPES, Maura Corcini. Há teoria e método em Michel Foucault? Implicações educacionais. In: CLARETO, Sônia Maria; FERRARI, Anderson (Org.). Foucault, Deleuze & Educação. Juiz de Fora: UFJF, 2010. p. 33-47.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Tratado lógico-filosófico e Investigações Filosóficas. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.