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“Você sabe como é, eles não estão acostumados com antropólogos!”: uma análise etnográfica da formação de professores
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Palavras-chave

Antropologia. Gênero. Diversidade. Sexualidade. Orientação sexual.

Como Citar

ROSISTOLATO, Rodrigo. “Você sabe como é, eles não estão acostumados com antropólogos!”: uma análise etnográfica da formação de professores. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 24, n. 2, p. 41–54, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8642570. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

A escola passou, na segunda metade da década de 1990, por uma mudança significativa em suas funções sociais. A partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), ela foi convocada a contribuir com a socialização afetiva e sexual de adolescentes e jovens, via projetos de orientação sexual escolar. Entendia-se que a escola não deveria educar para a sexualidade, mas, sim, orientar. Essa nova demanda proporcionou uma série de debates sobre a escola e o que se deve fazer nela, além de ter sido o passo inicial para a configuração de cursos de formação de professores para o trabalho com orientação sexual na escola. Este artigo apresenta reflexões com base em pesquisas etnográficas realizadas em cursos de formação de professores e em salas de aula onde se desenvolviam projetos de orientação sexual na cidade do Rio de Janeiro. Descrevem-se as classificações relacionadas à sexualidade, à diversidade sexual e ao lugar da escola nesse debate.

Abstract

The school system in Brazil, in the middle of 1990’s, went through a significant change in its social functions. As from the publication of the National Curricular Parameters (PCN’s), the school was invited to contribute to an affective and sexual socialization among teenagers and youngsters through sexual orientation projects. It was understood that the school shouldn’t have sexual education, but ‘sexual orientation’. This new demand promoted a lot of debates about school and what should be done in it, besides being the first step for the configuration of teachers’ training programs to prepare them for the work with sexual orientation at schools. This article presents reflections based on ethnographic research carried out in teachers’ training courses and in classrooms where sexual orientation projects were being developed in Rio de Janeiro. It also describes the classification related to sexuality, sexual diversity and where the school is placed in this debate.

Key words Anthropology. Gender. Diversity. Sexuality and sexual orientation.

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