Banner Portal
Relações de idade e geração na Educação Infantil: ou porque é bem mais melhor a gente ser grande
Remote

Palavras-chave

Educação infantil. Idade. Geração. Culturas infantis

Como Citar

PRADO, Patrícia Dias. Relações de idade e geração na Educação Infantil: ou porque é bem mais melhor a gente ser grande. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 24, n. 1, p. 139–157, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8642666. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Ao investigar as relações de idade e geração entre crianças pequenas e delas com as professoras em contexto educativo e coletivo na esfera pública, este artigo busca traçar um percurso reflexivo de rupturas teóricas, no campo da Antropologia e da Sociologia, aliadas às produções brasileiras, italianas e portuguesas na área da educação da infância, na tentativa de compreender os grupos de idade a partir de uma perspectiva geracional. Confronta os saberes infantis e suas culturas inscritas na troca e na negociação, com a lógica dominante sem negociações que afirma que elas não podem e não conseguem. Dois pontos balizam este estudo: a herança social, sua natureza e garantia de reprodução do mundo da ordem numa sociedade capitalista excludente; e a transgressão das crian- ças pequenas, suas possibilidades de não somente reproduzir, como também de questionar as determinações cronológicas, etapistas e geracionais impostas.

Abstract

By investigating the relationship between age and generation among small children and between them and their teachers in an educational and collective context in the public sphere, this article aims to draw a reflective journey of theoretical rupture in the field of Anthropology and Sociology, allied with the Brazilian, Italian and Portuguese productions in the area of education in early childhood, in an attempt to understand the age groups from a generational perspective, thus comparing the children’s knowledge, their childhood cultures present in the exchange and negotiation, with the dominant logics, with no negotiations, that states that they cannot do and cannot manage to do. Two points guide this study: the social inheritance, its nature and guarantee of reproduction of the world of order within an excluding capitalist society, and the transgression of small children, their ability to not only reproduce, but also to challenge the chronological, stage and generational determinations imposed.

Key words Early childhood education. Age; generation. Childhood cultures

Remote

Referências

AGUIAR, C. M. Educação, natureza e cultura: um modo de ensinar. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

BALDUS, H. Ciclo de vida dos tapirapé. In: MOREIRA LEITE, D. O desenvolvimento da criança: leituras básicas. São Paulo: Companhia Editora Nacional; Editora da USP, v. 109, 1972. p. 49-66.

BARROS, M. L. de. Reciprocidade e fluxos culturais entre gerações. In: CONGRESSO INTERNACIONAL CO-EDUCAÇÃO DE GERAÇÕES, out. 2003, SESC/São Paulo. Disponí- vel em: <http://www.sesc.org.sp.br/conferências>. Acesso em: 06 mar. 2011.

BOSI, E. Memória e sociedade. Lembranças de velhos. 2.ed.,São Paulo: T. A. Queiroz, 1983.

BOURDIEU, P. As contradições da herança. In: LINS, D. (Org.) Cultura e subjetividade: saberes nômades. Campinas/SP: Papirus, 1997. p. 7-17.

BRITTO DA MOTTA, A. Gênero, idades e gerações. In: BRITTO DA MOTTA, A. (Org.) Caderno CRH. Dossiê: Gênero, idade, gerações – UFBA, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Centro Recursos Humanos, Salvador/BA, v.17, n. 42, p. 349-355, set./dez. 2004.

CAIUMI, A. et al. I grandi siamo noi poi ci sono i ragazzi, poi i signori. Scuola Comunale dell’Infanzia. Diana Reggio Emilia/Italia. Anteprima, dicembre, 1999.

CALLARI GALLI, M. Antropologia senza confini: Percorsi nella contemporaneità. Palermo/Italia: Sellerio, 2005.

COHN, C. Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

DA MATTA, R. O ofício do etnólogo ou como ter Anthropological Blues. In: NUNES, E. de O. A aventura sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

DEBERT, G. G. O remapeamento do curso de vida. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 18., 1993, Caxambu/MG. (Mimeo).

FARIA, A. L. G. de; DEMARTINI, Z. de B. ; PRADO, P. D. (Org.) Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com crianças. 3. ed., Campinas/SP: Autores Associados, 2009.

FERNANDES, F. Folclore e mudança social na cidade de São Paulo. 2. ed., Petrópolis/ RJ: Vozes, 1979.

FOOT-WHYTE, W. Treinando a observação participante. In: ZALUAR, Alba G. (Org.) Desvendando máscaras sociais. 3. ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990. p. 77-86.

FORTES, M. Age, generation and social structure. In: KERTZER, D. e KEITH, J. (Org.) Age and anthropological theory. New York: Cornell University, 1984. p. 137-184.

GEERTZ, C. Nova luz sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

GUSMÃO, N.M. M. de. Infância e velhice: desafios da multiculturalidade. In: GUSMÃO, Neusa M. M. de. (Org.) Infância e velhice: pesquisa de idéias. Campinas/SP: Alínea, 2003. p. 15-32.

KLUCKHOHN, C. Antropologia: um espelho para o homem. Belo Horizonte/MG: Itatiaia, 1963.

LOVISOLO, H. R. Antropologia e educação na sociedade complexa. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília/DF, v. 65, n. 149, p. 56-69, jan./abr. 1984.

MAKARENKO, A. S. Conferências sobre Educação Infantil. São Paulo: Moraes, 1981.

MALINOWSKI, B. A vida sexual dos selvagens. 2. ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.

MANNHEIM, K. O problema das gerações. In: Sociologia do conhecimento. Porto, Portugal: Res, 1928. p. 115-176.

MARTINS FILHO, A. J. ; PRADO, P. D. (Org.) Das pesquisas com crianças à complexidade da infância. Campinas/ SP: Autores Associados, 2011.

MONTES, G. O cercado da infância. Sobre os adultos, as crianças e as palavras. São Paulo: Livros do Tatu, 1991.

MORAGAS, R. Relações intergerações nas sociedades contemporâneas.In: CONGRESSO INTERNACIONAL CO-EDUCAÇÃO DE GERAÇÕES, out. 2003, SESC/São Paulo. Disponível em: <http://www.sesc.org.sp.br/conferências.> Acesso em: 06 mar. 2011.

NIGITO, G. Tempos institucionais, tempos de crescimento: a gestão do cotidiano dos pequenos, dos médios e dos grandes na creche. In: BONDIOLI, A. (Org.) O tempo no cotidiano infantil: perspectivas de pesquisa e estudo de casos. São Paulo: Cortez, 2004. p. 43-95.

NOAL, M. L. As crianças Guarani/Kaiowá: o mitã reko na Aldeia Pirakuá/MS. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2006.

OLIVEIRA, P.de S. Vidas compartilhadas: cultura e co-educação de gerações na vida cotidiana. São Paulo: Hucitec;FAPESP, 1999.

PAIS, J. M. Culturas juvenis. Lisboa/Portugal: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1993.

PARK, M. B. Entre vozes: crianças e velhos redimensionando práticas pedagógicas. In: REUNIÃO SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 51., 1999, Porto Alegre/RS. (Mimeo).

PRADO, P. D. Contrariando a idade: condição infantil e relações etárias entre crian- ças pequenas da Educação Infantil. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação,Universidade Estadual de Campinas, 2006.

QVORTRUP, J. A tentação da diversidade e seus riscos. Educação e Sociedade, Campinas/SP, v. 31, n. 113, p. 1121-1136, dez. 2010.

QVORTRUP, J. Generation – an important category in sociological childhood research.

Actas do Congresso Internacional Os mundos Sociais e Culturais da Infância. Braga/ Portugal: Instituto de Estudos da CriançaUniversidade do Minho, v. 2, p. 102-113, jan.2000.

RADCLIFFE-BROWN, A.R. A posição atual dos estudos antropológicos. In: ZALUAR, A. G. (Org.) Desvendando máscaras sociais. 3. ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990. p. 176-194.

SARAMAGO, S. S. As identidades da infância: núcleos e processos de construção das identidades infantis. Sociologia – problemas e práticas, Portugal, n. 94, p. 151-171, 1994.

SARMENTO, M. J. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação e Sociedade, Campinas/SP, v. 26, n.91, p. 361-378, maio/ago. 2005.

SGRITTA, G. B. (Org.) Il gioco delle generazioni. Famiglie e scambi sociali nelle Reti Primarie. Milano/Italia: FrancoAngeli, 2002.

SILVA, A.. L. da; MACEDO, A. V. da S.; NUNES, A. (Org.) Crianças indígenas: ensaios antropológicos. São Paulo: Global, 2002.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.