Banner Portal
Ensino de filosofia e cidadania nas “sociedades de controle”: resistência e linhas de fuga
Remote

Palavras-chave

Ensino de filosofia. Sociedades de controle. Hipermodernidade. Cidadania. Linhas de fuga

Como Citar

GALLO, Sílvio. Ensino de filosofia e cidadania nas “sociedades de controle”: resistência e linhas de fuga. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 21, n. 1, p. 89–105, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643372. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo tem por objetivo problematizar as relações entre ensino de filosofia e cidadania na sociedade contemporânea. Assume a caracterização de Lipovestky dos “tempos hipermodernos”, baseados na hiperbolização dos três eixos da modernidade: o mercado, o indivíduo e a eficiência técnica. A forma política predominante é aquela que Deleuze denominou de “sociedades de controle”, operando segundo a lógica da biopolítica, desvendada por Foucault. Recorre a Rancière para mostrar que, nessas sociedades, vivemos mais no âmbito da polícia, como administração do social, do que da política, como acontecimento de uma ruptura. Interroga-se: em que consiste a cidadania? Em afirmar essa sociedade de controle ou em opor resistências a ela, traçando linhas de fuga? Para pensar um ensino de filosofia que seja a prática do pensamento autônomo e criativo, o artigo escolhe a segunda opção, propondo um ensino de filosofia que enxameie saídas, que crie armas de resistências e criação.

Abstract: This paper is aimed at problematizing the relations between philosophy teaching and citizenship in the contemporary societies. It takes Lipovetsky’s concept of “hypermodern times”, based on the hyperbolization of the three axes of modernity: the market; the individual and technical efficiency. The prevailing political form is the “societies of control”, to use a Deleuzian concept, which works with the biopolitical logics, unveiled by Foucault. The author draws on Rancière’s thoughts to show that, in these societies, we live under the social administration of the police, rather than in the field of politics, as in a disupting event. We then ask: what is citizenship? Is it the affirmation of this society of control or a resistance to it, with subjects finding their way out? In order to think about philosophy teaching as practice of autonomous and creative thinking, this paper takes the second option, proposing the teaching of philosophy as generatings lines of flith (ways out), creating weapons for resistance and creation.

Key words: Philosophy teaching. Societies of control. Hypermodernity. Citizenship. Lines of flith

Remote

Referências

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1991. 288 p.

COSTA, Rogério da. Sociedade de controle. In: CRUZ, Jorge (Org.). Gilles Deleuze – sentidos e expressões. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006. 164 p.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka, por uma literatura menor. São Paulo: Imago, 1977. 128 p.

DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992. 230 p.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1992. 280 p.

DELEUZE, Gilles. Deux régimes de fous (textes et entretiens 1975-1995). Paris: Les Éditions de Minuit, 2003. 383 p.

DELEUZE, Gilles. Francis Bacon – lógica da sensação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. 184 p.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 4 ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 1994. 296 p.

FOUCAULT, Michel. Resumo dos cursos do Collège de France (1970-1982). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. 134 p.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 382 p.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 474 p.

FOUCAULT, Michel. Segurança, território, população. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 572 p.

GUTHRIE, W.C.K. Os sofistas. São Paulo: Paulus, 1995. 320 p.

HARDT, Michael. A sociedade mundial de controle. In: ALLIEZ, E. (Org.). Gilles Deleuze: uma vida filosófica. São Paulo: Editora 34, 2000. 557 p.

LIPOVETSKY, Gilles; CHARLES, Sébastien. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004. 129 p.

NEGRI, Antonio; HARDT, Michael. Império. Rio de Janeiro: Record, 2001. 501p.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento – política e Filosofia. São Paulo: Ed. 34, 1996. 140 p.

RANCIÈRE, Jacques. O Dissenso; In: NOVAES, A. (Org.) A crise da razão. São Paulo: Cia das Letras, 1996a. 563 p.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível – estética e política. São Paulo: Editora 34, 2005. 71 p.

RANCIÈRE, Jacques. El odio a la democracia. Buenos Aires: Amorrortu, 2006. 143 p.

RANCIÈRE, Jacques. Aux bords du politique. Paris: Gallimard (Folio Essais), 2007. 269 p.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.