Resumo
Acabo de assistir, mais uma vez, ao filme Filhos da esperança (Inglaterra, 2006, direção de Alfonso Cuarón). Em um futuro não muito distante (2027), a humanidade se vê infértil: o último bebê nasceu há 18 anos e acaba de ser assassinado. Acompanho a trajetória de personagens correndo em busca de uma última esperança... “Com o som das crianças brincando desaparecendo, o desespero se instalou... É estranho o que acontece ao mundo sem as vozes das crian- ças.”, diz a enfermeira Miriam. Os personagens conversam em uma escola que agora já não tem razão de ser: não há mais quem educar e de quem cuidar. O processo civilizatório alcançou seu fim. Signos da infância fazem-se presentes: pinturas desbotadas das crianças penduradas nas paredes, balanços enferrujados no parquinho, móveis escolares nas salas... O estranho e angustiante nessa cena é o silêncio: aqueles que aprenderiam a falar, ingressando em nossa cultura, foram literalmente silenciados. A presença da infância aqui se faz ainda mais forte pela sua ausênciaReferências
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