Resumo
A argumentação em sala de aula de História é abordada com o objetivo de verificar como são explicitados conhecimentos já constituídos e procurar apreender se e como aparecem indícios de construção de novos conhecimentos, no decorrer das trocas lingüísticas entre professora e alunos e dos alunos entre si. Depois de uma breve introdução a respeito da especificidade do conhecimento em História e da pertinência de se estudar a argumentação nesse domínio, analisam-se, à luz de conceitos como objeto de discurso, topoi e estereótipos, algumas seqüências de uma aula de História, na 5ª série, cujo tema é a escravidão e as razões de sua instauração no Brasil colonial. As análises indicam que a constituição de novos conhecimentos passa pela emergência de novos sentidos, diferentes dos comumente admitidos e/ou pela revisão de significados já estabelecidos.
Referências
AMOSSY, Ruth; HERSCHBERG PIERROT, Anne. Estereotipos y clichés. Buenos Aires: Eudeba. 2001.
ANSCOMBRE, Jean-Claude. De l´argumentation dans la langue aux topoi. In: J. Cl. Anscombre- La théorie des topoi. Paris: Kimé,11-47, 1995.
ANSCOMBRE, Jean-Claude. Le rôle du léxique dans la théorie des stéréotypes, Langages, 142, 57-76. 2001 ANSCOMBRE, Jean-Claude; DUCROT, Oswald. L´argumentation dans la langue. Bruxelles: Mardaga, 1983.
APOTHÉLOZ, Denis. Les dislocations de gauche à droite.In: MIÉVILLE, Denis;BERRENDONNER, Alain. (Eds) Logique, discours et pensée. Berne: Peter Lang, 183- 217, 1997 ARNAUD, Pierre & MOON, Rosamund. Fréquence et emploi des proverbes anglais et français.
PLANTIN Christian (Ed). Lieux communs, topoi, stéréotypes,clichés.Paris: Editions Kimé, 323- 341, 1993.
ARON, Raymond. Leçons sur l'Histoire. Paris : Editions de Fallois, 1989.
BANKS- LEITE, Luci O estudo da argumentação infantil na perspectiva da ADL, Signo & Seña, 9, 319-345, 1998.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernández. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005.
CANDELA, Antonia. A construção discursiva de contextos argumentativos no ensino de ciências. In: COLL, Cesar; EDWARDS, Derek. Ensino, aprendizagem e discurso em sala de aula. Porto Alegre: Artes Médicas, p. 143-169, 1998.
CERTEAU, Michel. Histoire et Psychanalyse entre science et fiction. Paris : Gallimard, 2002.
DUCROT, Oswald. Polifonia y argumentación. Cali: Universidad del Vale, 1990.
FUCHS, Catherine Paraphrase et énonciation. Paris: Ophrys,1994.
GRIZE, Jean-Blaise. Discours et connaissances. Communication & Cognition, vol. 14(4) pp. 343- 367,1981.
GRIZE, Jean-Blaise. Logique et langage. Paris: Ophrys,1990.
GRIZE, Jean-Blaise. Argumenter, Prouver et Calculer. In P. Y. Raccah L´argumentation dans le langage. Gent: Communciation & Cognition, 13- 19,1992..
GRIZE, Jean-Blaise. Logique naturelle et communications. Paris:PUF,1996.
GRIZE, Jean-Blaise. Psicologia genética e lógica. In: BANKS- LEITE, Luci Percursos Piagetianos. São Paulo: Cortez,1997.
GUIMARÃES, Eduardo. Texto e argumentação. Campinas: Pontes,1987.
HEMPEL, Carl. Éléments dépistémologie, Paris : Armand Colin, 2002.
JÄGER, S. Discourse and knowledge: Theoretical and methodological aspects of a critical discourse and dispositive analysis. In R. Wodak & M. Meyer (Eds.), Methods of critical discourse analysis London: Sage, pp. 32-62, 2001.
KOCH, Ingedore. A construção de objetos do discurso. ALED ( Revista Latinoamericana de Estudos do discurso), vol. 2 ( 1), 7-20), 2002.
LEÓN- PORTILLA, Miguel (Org.). Visión de los vencidos relaciones indígenas de la conquista. México: Universidad Nacional Autônoma de México, 2002.
LEITÃO, Selma & BANKS-LEITE, Luci. Argumentação na linguagem infantil: algumas abordagens. In DEL RÉ, Adriana (Org.). Aquisição da Linguagem: uma abordagem psicolingüística. São Paulo: Contexto, 2006.
MALDIDIER, Denise A inquietação do discurso. Campinas: Pontes, 2003.
MONDADA, Lorenza & DUBOIS, Danièle. Construção dos objetos de discurso e categorização: uma abordagem dos processos de referenciação. In CAVALCANTE, Mônica M.; RODRIGUES, Bernardete B.; CIULLA Alena (Orgs.) Referenciação. São Paulo: Contexto, 2003.
ORLANDI, Eni. A linguagem e seu funcionamento, Campinas: Pontes, 1996.
NONNON, Elisabeth. Activités argumentatives et élaboration de connaissances nouvelles: le dialogue comme espace d´exploration. Langue Française, 112, 67-87,1996.
PINSKY, Jaime (Org.) O ensino de história e a criação do fato. São Paulo: Contexto. 1988 PLANTIN, Christian. Essais sur l´argumentation. Paris: Kimé,1990.
PLANTIN, Christian. Lieux communs, topoi, stéréotypes,clichés.Paris: Editions Kimé, 1993.
SALAZAR ORVIG, Anne. Les mouvements du discours. Style, référence et dialogue dans des entretiens cliniques. Paris: L´Harmattan, 1999.
SITRI, Frédérique. L'objet du débat. La construction des objets du discours dans les situations argumentatives orales. Paris : Presses Sorbonne Nouvelle,2003.
VERGÈS, Pierre, APOTHÉLOZ, Denis & MIÉVILLE, Denis. Cet obscur objet du discours : opérations discursives et représentations sociales, Revue Européenne des Sciences Sociales, 77, 209-223, 1987.
VEYNE, Paul Comment on écrit l'histoire. Paris : Ed du Seuil, 1971.
ZOPPI-FONTANA, Mônica. Retórica e Argumentação. In ORLANDI, Eni e LAGAZZIRODRIGUES, Suzy (Orgs.) Discurso e Textualidade. Campinas: Pontes, 2006.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Pro-Posições