Resumo
Considerando a criança como símbolo de nascimento e renovação, a partir de uma leitura do mito e no diálogo com a psicologia de C. G. Jung, o artigo dá visibilidade à criança interna, presente em todo adulto. Na mesma direção, indica a essencialidade de, na jornada de formação de professores, tocar um dos arquétipos que rege a relação pedagógica: o arquétipo do mestre-aprendiz. Os temas aqui apresentados foram discutidos em minha pesquisa de doutorado, envolvendo alunas do curso de Pedagogia e professoras da rede pública. Desenvolvida no espaço-tempo de “encontros para dançar”, a pesquisa procurou, mais do que ensinar a dança, criar um espaço para o adulto, no qual os participantes pudessem sentir, estranhar, esvaziar, acolher, imaginar. Pudessem, para além dos automatismos cotidianos, entrar em contato com a criança que neles habita.
Referências
ALBANO MOREIRA, Ana Angélica. O espaço do desenho: a educação do educador. 9.ed. São Paulo: Loyola, 2002.
FURLANETTO, Ecleide. Como nasce um professor? São Paulo: Paulus, 2003.
GARAUDY, Roger. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
GUGGENBÜHL-CRAIG, A. O abuso do poder na psicoterapia; e na medicina, serviço social, sacerdócio e magistério. São Paulo: Paulus, 2004.
GUGGENBÜHL-CRAIG, A. O relacionamento terapêutico na visão da psicologia analítica de C. G. Jung. In: BATTEGAY-TRENKEL. O relacionamento terapêutico na visão das diferentes escolas psicoterapêuticas. Stuttgart: H. Huber, 1978. Tradução do prof. Pethö Sandor, em apostila do Centro de Integração e Desenvolvimento, 1978.
JUNG, Carl Gustav. A dinâmica do inconsciente. Petrópolis, RJ: Vozes, 1984.
JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos, reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
JUNG, Carl Gustav. O desenvolvimento da personalidade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
KURY, M. da G. Dicionário de mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.
LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber da experiência. Revista Brasileira de Educação, n.19, p.20-28, 2002.
LARROSA, Jorge. Pedagogia profana: danças, piruetas e mascaradas. 4.ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
MARONI, Amnéris. Busca e mistério. Campinas: IFCH/Unicamp. Série Primeira Versão, n.131, 2005.
MARONI, Amnéris. Jung: individuação e coletividade. São Paulo: Moderna, 2004.
MARONI, Amnéris. Jung: o poeta da alma. Porto Alegre: Summus, 1998.
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Educadores na roda da dança: formação-transformação. Tese (Doutorado em Educação). Campinas, SP: Faculdade de Educação-Unicamp, 2006.
RABITTI, Giordana. À procura da dimensão perdida: uma escola de infância de Reggio Emilia. Porto Alegre: Artmed, 1999.
RAMOS, Renata (Org.). Danças circulares sagradas: uma proposta de educação e de cura. 2.ed. São Paulo: Triom, 2002.
RILKE, R. M. Cartas a um jovem poeta. 29.ed. São Paulo: Globo, 1998, p.68.
SAMUELS, A. Dicionário crítico de análise junguiana. Rio de Janeiro: IMAGO, 1988.
WOSIEN, Bernhard. Dança: um caminho para a totalidade. São Paulo: Triom, 2000.
WOSIEN, Maria-Gabriele. Danças sagradas: deuses, mitos e ciclos. São Paulo: Triom, 2002.
WOSIEN, Maria-Gabriele. Dança: símbolos em movimento. São Paulo: Ed. AnhembiMorumbi, 2004.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Pro-Posições