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A descrição na literatura e no cinema
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Como Citar

TAMARU, Angela Harumi. A descrição na literatura e no cinema. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 10, n. 1, p. 179–191, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8644109. Acesso em: 1 jul. 2024.

Resumo

Inicio este trabalho trazendo à tona a pergunta de Lukács , que tantas inquietações trouxe a este estudo: "O que nos importa é saber como e porquê a descrição - que originalmente era um entre os muitos meios empregados na criação artística (e, por certo, um meio subalterno)- chegou a se tornar o princípio fundamental da composição."(1968, pp. 54-5). Se a pergunta nos inquieta, é também porque ela vem seguida da afirmação de que "a descrição rebaixa os homens ao nível das coisas inanimadas, perde-se nela o fundamento da composi- ção épica" (op.cit, ibidem.). O que aparentemente poderia estar sendo colocado de maneira contraditória, tem suas explicações dentro do próprio ensaio de Lukács, Narrar 011Descrever. Para o autor, as coisas só têm vida poética enquanto estiverem relacionadas com os acontecimentos dos destinos humanos. Inumano, ou seja, longe da preocupação do homem, o mé- todo descritivo apenas revela uma natureza-morta, pois não proporciona a verdadeira poesia das coisas, limitando-se a inventariar uma monótona composição estática, que elimina o tempo da descrição. Xavier (i n Boffa, 1989, p. 66) aponta Lukács como aquele que reivindica uma arte que expresse a significação imanente ao ser social e à ação do homem na história. Em termos literários, obras que se pautem pelo narrare não pelo descrever, pois para Lukács a narração é que permite hierarquizar os dados a partir de sua inserção na ordem do tempo histórico, de luta de classes
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Referências

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