Resumo
Este artigo, por intermédio da releitura do romance-folhetim Memórias de um sargento de milícias (1852-1854), de Manuel Antonio de Almeida, e de um diálogo circunstanciado com o célebre ensaio “Dialética da malandragem” (1970), de Antonio Candido, busca analisar e interpretar a situação da escola e dos ofícios representados ironicamente no romance-folhetim. Tomando a ironia como gênero moral e defensivo, considera-se que a crítica peculiar dirigida à educação e ao trabalho no tempo d’el-rei se constrói dentro de uma perspectiva moralizante e não dentro da lógica do “mundo sem culpa”, característico da dialética da malandragem.Referências
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