Resumo
Estudos apontam que a escolarização no século XIX foi marcada por experiências diversificadas, como o enfrentamento de desafios resultantes da atuação de professores, das relações estabelecidas entre eles e seus alunos, do espaço físico em que se realizava o ensino e dos princípios morais e culturais defendidos naquele tempo. Com base em documentos oficiais da Instrução na capital do Império Brasileiro, este artigo procurou refletir acerca de algumas experiências vividas nos espaços escolares, relacionadas a princípios morais, sexualidade e magistério. Desta feita, foram analisados os procedimentos arrolados na apuração de supostos crimes, as autoridades envolvidas e as legislações em vigor. Considerando o protagonismo dos docentes, o estudo propôs refletir acerca daquilo que se entendia como modelo ideal do magistério e, da mesma forma, sinalizar para importância de maior alargamento dos temas e dos interesses da historiografia da educação.Referências
Borelli, A. (2002). Adultério e a mulher: considerações sobre a condição feminina no direito de família. Revista Justiça e História, 2(4), 26-37.
Britto, C. A. (2010). Vergonhosa especulação. Análise do caso Basílio de Moraes, 1896. Rio de Janeiro: Publit.
Conceição, J. T. (2015). Vício solitário. Combatida nos colégios internos, a masturbação preocupava médicos no século XIX, associada a doenças e distúrbios físicos e mentais. Revista de História da Biblioteca Nacional, 2 (2). Retirado em junho de 2015, de http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/vicio-solitário.
Gondra, J. G. (2004). Artes de civilizar: medicina, higiene e educação escolar na Corte Imperial. Rio de Janeiro: Eduerj.
Lemos, D. C. A. (2011). Professores em movimento: a emergência do associativismo docente na Corte Imperial. Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Limeira, A. M. (2012). Impressos: veículos de publicidades, fontes para História da Educação. Cadernos de História da Educação, 11, 367-388.
Melo, V. A., & Peres, F. F. (2016). Relações entre ginástica e saúde no Rio de Janeiro do século XIX: reflexões a partir do caso do Colégio Abílio (1872-1888). História, Ciências, Saúde-Manguinhos, (Online), v. ahead, 1-19.
Morelli, L. M. (2013). Violência sexual em São Paulo na passagem do século XIX para o XX. In Desafios atuais dos feminismos: Anais do X Seminário Internacional Fazendo Gênero (pp. 56-67). Florianópolis.
Pasche, A. M. L. (2014). Entre o trono e o altar: sujeitos, instituições e saberes escolares na capital do império brasileiro (1860 a 1880). Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Ricceur, P. (2008). A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Editora Unicamp.
Sebrão, G. D. (2010). Presença/Ausência de africanos e afrodescendentes nos processos de escolarização em Desterro, Santa Catarina (1870 ‐ 1888). Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis.
Veiga, C. G. (2008). Escola pública para os negros e os pobres no Brasil: uma invenção imperial. Revista Brasileira de Educação, 13 (39), 502-596.
Veiga, C. G. (2008). História da Educação. São Paulo: Ática.
Vigarello, G. (1998). História do estupro: Violência sexual nos séculos XVI-XX (L. Magalhães, trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
A Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.