Resumo
Inspirado no pensamento e na vida de Paulo Freire, este texto afirma, como sentido de uma educação filosófica, as “subjetividades geradoras”, quais sejam, uma forma de trânsito para outras condições existenciais, devires possíveis de vida e de mundos outros. Essa educação filosófica abrange três campos problematizadores: (i) a relação de si mesmo com a alteridade; (ii) a ascese filosófica como forma política da vida social; e (iii) a produção de verdades para além daquelas prefiguradas pelas forças opressivas, antidemocráticas e desumanizadoras. Operamos, assim, um duplo movimento: existencializar a filosofia e filosofar a vida educativa. Dessa forma, indiretamente, também atendemos uma “velha” questão entre nós: é Paulo Freire um filósofo da educação?
Referências
Adorno, T. W. (2003). Educação e emancipação Paz e Terra.
Antunes, R. (2018). O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital Boitempo.
Bastide, R., & Fernandes, F. (2008). Brancos e negros em São Paulo Global.
Blanchot, M. (2007). A conversa infinita: a experiência limite Escuta.
Blanchot, M. (2010) A conversa infinita: a palavra plural Escuta.
Bolsonaro, J. (2018). O caminho da prosperidade: proposta de plano de governo 2018. Disponível em: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/candidaturas/oficial/2018/BR/BR/2022802018/280000614517/proposta_1534284632231.pdf
Brasil. (2018). Base Nacional Comum Curricular Ministério da Educação. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
Carvalho, A. F. (2020a). Foucault e o neoliberalismo de subjetividades precárias: incidências na escola pública brasileira. Revista Artes de Educar, 6(3), 935-956. https://doi.org/10.12957/riae.2020.54579
Carvalho, A. F. (2020b). A escola contemporânea e a desertificação institucional: o demérito da res publica. In S. Gallo & S. Mendonça (Orgs.), A escola: uma questão política (pp. 85-101). Parábola.
Deleuze, G., & Guattari, F. (1992). O que é a filosofia? Editora 34.
Foucault, M. (1998). História da sexualidade 2: o uso dos prazeres Graal.
Foucault, M. (2004). A hermenêutica do sujeito Martins Fontes.
Foucault, M. (2008). Segurança, território, população Martins Fontes.
Foucault, M. (2014). Do governo dos vivos WMF Martins Fontes.
Foucault, M. (2016). Subjetividade e verdade WMF Martins Fontes.
Freire, P. (1967). Educação como prática da liberdade Paz e Terra.
Freire, P. (1977). Ação cultural para a liberdade e outros escritos Paz e Terra.
Freire, P. (1979). Educação e mudança Paz e Terra.
Freire, P. (1986). Medo e ousadia: o cotidiano do professor Paz e Terra.
Freire, P. (1987). Pedagogia do oprimido Paz e Terra.
Freire, P. (1992). Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido Paz e Terra.
Freire, P. (1995). Extensão ou comunicação Paz e Terra.
Freire, P. (1997). Professora, sim; tia, não Olho D’Água.
Freire, P. (2000). Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos Editora da Unesp.
Freire, P., & Horton, M. (2018). O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social Vozes.
G1. (2020). MEC prevê adesão de 54 escolas cívico-militares em 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/12/28/mec-preve-adesao-de-mais-54-escolas-ao-modelo-civico-militar-em-2021.ghtml
Gallego, E. S. (2018). O ódio como política Boitempo.
Gallo, S., & Espinel, O. (2021). Lecturas cruzadas entre Freire y Foucault: a propósito de aleturgias escolares y prácticas de libertad. Pedagogía y Saberes, (55), 41-53. https://doi.org/10.17227/pys.num55-13017
González, F. (1941). El maestro de escuela ABC.
hooks, b. (2020). Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. WMF Martins Fontes.
Kinzer, S. (2006). Overthrow: America’s century of regime change from Hawaii to Iraq Times Book.
Kohan, W. (2019). Paulo Freire mais do que nunca: uma biografia filosófica Vestígio.
Lazzarato, M. (2017). O governo do homem endividado N-1.
Lazzarato, M. (2019). Fascismo ou revolução? O neoliberalismo em chave estratégica. N-1.
Levitsky, S., & Ziblatt, D. (2018). Como as democracias morremZahar.
Lovecraft, H. P. (2018). O chamado de Cthulhu e outros contos Pandora.
Mbembe, A. (2018). Necropolítica N-1.
Nietzsche, F. W. (1983). Obras incompletas Abril Cultural.
Organisation for Economic Co-operation and Development. (2018). PISA: Preparing our youth for an inclusive and sustainable world. Disponível em: https://www.oecd.org/pisa/Handbook-PISA-2018-Global-Competence.pdf
Ramose, M. (2011). Sobre a legitimidade e o estudo da filosofia africana. Ensaios Filosóficos, 4, 6-25.
Senado Notícias. (2020). Brasil tem 11 milhões de analfabetos, aponta IBGE. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2020/11/brasil-tem-11-milhoes-de-analfabetos-aponta-ibge
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Alexandre Filordi de Carvalho, Walter Omar Kohan, Silvio Gallo