Banner Portal
Construções identitárias de estudantes de farmácia no trote universitário: questões de gênero e sexualidade
Remote

Palavras-chave

Formação profissional. Sexualidade. Gênero. Trote universitário. Identidades

Como Citar

SIQUEIRA, Vera Helena Ferraz; FONSECA, Marina Cardoso Gondin; SÁ, Márcia Bastos; LIMA, Ana Cristina Moreira. Construções identitárias de estudantes de farmácia no trote universitário: questões de gênero e sexualidade. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 23, n. 2, p. 154–159, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8642892. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este artigo, embasado nos estudos culturais e em noções pós-estruturalistas sobre identidade, poder, sexualidade e gênero, apresenta estudo empírico baseado na ideia de que em espaços não formais da universidade ocorrem processos importantes de construção identitária. O contexto do estudo foi uma universidade pública, e os dados foram obtidos principalmente pela observação de atividades do trote universitário e por entrevistas com estudantes do curso de Farmácia. Evidenciamos como o ritual do trote universitário, por meio de várias atividades, constitui tecnologia contemporânea de poder. Identificamos situações no trote em que sexismo, significados homofóbicos e assédio moral prevalecem, sempre travestidos como brincadeiras. Significados sobre a sexualidade estão imbricados com questões de gênero e de consumo: os corpos são expostos e assujeitados em processos que excluem o que foge da norma e reforçam identidades hegemônicas. Esses discursos e práticas, construtores de conhecimentos e significados sociais, deveriam ser considerados pela universidade

Abstract:

This article, based upon the idea that in non formal University spaces important processes of identity construction take place, presents an empirical study conducted in consonance with notions of the cultural studies, in relation to the issues of identity, power, sexuality and gender. The context of the study was a public university and the data was obtained mainly through the observation of hazing activities and interviews conducted with Pharmacy students. We have evidenced ways through which hazing constitutes a modern power technology. Situations were identified in which sexism, homophobe meanings and moral harassment prevail, always represented as jokes. Meanings on sexuality were found intertwined with gender and consumerism aspects: the bodies were exposed and subjected to processes which exclude what was seen as “not normal”, reinforcing the hegemonic identity. Such discourses and practices build knowledge and social meanings and should receive greater attention by the University.

Key words: educational background; sexuality; gender; hazing; identities.

Remote

Referências

ALMEIDA JR., A. R.; QUEDA, O. Universidade preconceitos e trote. São Paulo: Hucitec, 2006. ANGROSINO, M. V. Recontextualizing observation. Ethnography, Pedagogy, and the Prospects of a Progressive Political Agenda. In: DENZIN, N.; LINCOLN, Y. (Ed). 3 ed. The Sage Handbook of Qualitative Research. US: Sage Publications, 2005.

BAUMAN, Z. Vida para consumo. A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da Modernidade. São Paulo: Ed. da USP, 1997.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.

FOUCAULT, M. História da sexualidade 1. A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 2008.

FOUCAULT, M. Resumo dos cursos do College de France (1970-1982)/ Michel Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 18 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

GIROUX, H.. Atos impuros. A prática política dos estudos culturais. Porto Alegre, RS: Artmed, 2003.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação e Realidade, v. 2, n. 22, p. 16-46, jul./dez. 1997.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 2000a.

HALL, S. Quem precisa da identidade? In: SILVA, T. T.; HALL, S.; WOODWARD, K. (Org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000b.

HELMAN, C.G. Cultura, saúde e doença. Porto Alegre: Artmed, 2003.

LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

MISKOLCI, R. Corpos elétricos: do assujeitamento à estética da existência. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 14, n. 3, p. 681-693, set./dez. 2006.

SCHEURICK, J. J.; MCKENZIE, K. B. Foucault’s Methodologies, Archaeology and Genealogy. In: DENZIN, N.; LINCOLN, Y. (Ed.). The Sage Handbook of Qualitative Research. 3 ed. US: Sage Publications, 2005.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Revista Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 5-22, jul./dez., 1990.

SIQUEIRA, V. H. F. Sexualidade, gênero e educação: a subjetivação de mulheres pelo cinema. Educação e Realidade, v. 31 n. 1., p. 127-143, 2006.

SIQUEIRA, V. H. F.; ROCHA, G. W. F. A construção de diferenças de gênero entre estudantes de medicina em espaços não formais da universidade. Cadernos Pagu, Campinas v. 30, p. 231-268, 2008.

SWAIN, T. N. Quem tem medo de Foucault? Feminismo, corpo e sexualidade. Espaço Michel Foucault. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2010.

TORRES, C. A.. Democracia, educação e multiculturalismo. Dilemas da cidadania em um mundo globalizado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

VEIGA NETO, A. De geometrias, currículo e diferenças. Educação e Sociedade. Campinas, v. 23, n. 79, p. 163-186, ago. 2002.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.