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(In)comunicabilidade e tolerância na educação. Notas a partir de Nietzsche e Merleau-Ponty
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Palabras clave

Linguagem. Comunicação. Silêncio. Tolerância

Cómo citar

RATTO, Cleber Gibbon; HENNING, Paula Corrêa. (In)comunicabilidade e tolerância na educação. Notas a partir de Nietzsche e Merleau-Ponty. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 22, n. 1, p. 117–130, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643283. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumen

O ensaio recoloca a questão do silêncio diante da (dis)função social da linguagem na Educação. Assume que o prestígio das narrativas e sua ampla difusão nos espaços educativos respondem a uma nova modalidade de controle social, numa sociedade pautada pelo fascínio da linguagem e da comunicação, supostos operadores da tolerância como valor social desejável. Sustenta que a carência de um tratamento mais criterioso das diferentes posições filosóficas sobre a linguagem acaba provocando um efeito simplificador: o prestígio das perspectivas historicistas instaladoras de verdades supostamente metalinguísticas e/ou uma popularização da ingênua noção de autocriação narrativa. São percorridos sumariamente dois exemplares que permitem um contraponto à transparência comunicativa, onde o silêncio surge como forma particular de expressão: Merleau-Ponty, em “A linguagem indireta e as vozes do silêncio” e Nietzsche, em “Convalescença”. Ao cabo, retomamos o tema da tolerância na Educação para recolocá-lo no trabalhoso lugar da luta política, nada transparente ou apaziguador.

Abstract:

This study returns to the issue of silence in face of the social (dis) function of language in Education. We assume that the prestige of the narratives and their wide diffusion in educational contexts respond to a new way of social control, in a society guided by the charm of language and communication, supposed operators of tolerance as a desirable social value. We sustain that the lack of a more judicious treatment of the different philosophical positions regarding language ends up provoking a simplifying effect: the prestige of the historicist perspectives which establish supposedly metalinguistic truths and/or a popularization of the naïve notion of narrative self-creation. Two models that are in counterpoint to communicative transparency and where silence appears as a particular way of expression are briefly examined.: Merleau-Ponty in “The indirect language and the voices of silence” (1980); and Nietzsche in “Convalescence” (2000). Finally, we return to the subject of tolerance in Education in order to re-position it to the labourious place of the political struggle, neither transparent nor appeasing.

Key words: Language. Communication. Silence. Tolerance

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