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O status de realidade das fotografias aéreas verticais no contexto dos estudos geográficos
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Palavras-chave

Fotografias aéreas verticais. Sensoriamento remoto. Educação geográfica. Realidade. Linguagem

Como Citar

CAZETTA, Valéria. O status de realidade das fotografias aéreas verticais no contexto dos estudos geográficos. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 20, n. 3, p. 71–86, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643389. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Os mapas foram tidos, outrora, como linguagem essencial da ciência geográfica. No período atual, juntam-se a eles as fotografias aéreas verticais e as imagens orbitais. As primeiras foram utilizadas sobremaneira nas investigações geográficas em contexto acadêmico-científico, complementadas atualmente pelas imagens orbitais. Essas duas linguagens estão circulando um jeito novo de olhar e conceber o espaço, seja ele próximo (percorrido diariamente por nosso corpo) ou distante (experimentado via imagens orbitais, entre outros tipos de imagens). Os diferentes tipos de imagens orbitais e fotografias aéreas verticais estão produzindo em nós uma dada memória visual acerca do que venha a ser a realidade do espaço geográfico em suas diversas manifestações cotidianas. Assim, pergunto: em que contexto tais imagens assumem o status de serem reais ou tão semelhantes à realidade, de modo a parecer que são, de fato, verdadeiras ou a própria realidade geográfica? O que supostamente nos leva a acreditar nas imagens como uma (re)apresentação da realidade? Neste texto, discuto o status de realidade que as imagens orbitais e as fotografias aéreas têm no contexto dos estudos geográficos acadêmicos. Ao final, destacarei os exemplos do status de realidade nas fotografias aéreas verticais.

Abstract: Maps used to be considered an essential language of the geographical science. Lately, vertical aerial photographs and orbital images have joined them. The first ones were highly used in geographical research within an academic-scientific context, currently complemented by orbital images. These two languages are generating a new way of looking at and conceiving space, whether it is close (passed by our bodies on a daily basis) or distant (experienced through orbital images, among other types of images). The different types of orbital images and vertical aerial photographs have been creating a certain visual memory of the reality of the geographical space in its several daily expressions. Therefore, I wonder in which context such images take on the status of being real or so similar to reality in a way that they seem to be, in fact, authentic or the geographical reality itself. What supposedly makes us believe in the images as a (re)presentation of reality? In this text, I discuss the reality status which orbital images and aerial photographs own in the context of academic geographical studies. At the end, I will point out to some examples of the reality status in vertical aerial photographs.

Key words: Vertical aerial photograph. Remote sensorin. Geographical education. RealitY. Language

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