Banner Portal
O homeschooling e a crítica à escola: hibridismos e (des)continuidades educativas
PDF

Palavras-chave

Ensino doméstico. Aprendizagens (não-formais e informais). Educação familiar. Dinâmicas de escolarização. Subjetividades.

Como Citar

RIBEIRO, Álvaro Manuel Chaves; PALHARES, José. O homeschooling e a crítica à escola: hibridismos e (des)continuidades educativas. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 28, n. 2, p. 57–84, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8650305. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Desde os anos 1960, o homeschooling apresenta dinâmicas de crescimento atualizadas nos diagnósticos da crise do capitalismo e dos sistemas educativos. Por ser praticado por famílias próximas do progressismo libertário, do cristianismo conservador ou de outras inspirações axiológicas, a abordagem investigativa presente neste texto pressupôs romper com uma visão unívoca e alheia à sua diversidade e aos diferentes graus de (in)formalidade dos quotidianos educativos de crianças e de jovens que caracterizam este fenómeno educativo. Procura-se captar as especificidades do ensino doméstico (ED) em Portugal e a sua crescente expressão social e educacional e reflete-se sobre os sentidos das aprendizagens que ele encerra. Conclui-se que o ED parece ser contrário aos horizontes formativos da criança segundo o interesse da sociedade, sendo omisso sobre o seu papel na emancipação dos sujeitos. Confrontam-se a escola e o seu modo de funcionamento a partir do racional do ED, à procura de novas epistemologias e de novas linhas de pesquisa.
PDF

Referências

Afonso, A. J. (2005). A sociologia da educação em Portugal. Elementos para a configuração do “estado da arte”. In A. Teodoro, & C. A. Torres (Orgs.), Educação crítica e utopia. Perspectivas para o século XXI (pp.129-158). Porto: Afrontamento.

Almeida, J. F., Machado, F., & Costa, A. F. (2006). Social classes and values in Europe. Portuguese Journal of Social Science, 5(2), 95-117.

Appelbaum, R. P., & Chambliss, J. C. (1995). Sociology. New York: Harper Collins. Bendell, J. (1994). Parents who choose to educate their children at home. In J. M. Halstead (Ed.), Parental choice and education. Principles, policy and practice (pp. 151-163). London: Kogan Page.

Berger, S. D. (1989). La organización de los grupos de interés en Europa occidental. Madrid: Ministério de Trabajo.

Bertrand, Y., & Valois, P. (1994). Paradigmas educacionais. Escola e sociedade. Lisboa: Instituto Piaget.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora. Bourdieu, P. (1998). Meditações pascalianas. Oeiras: Celta.

Bourdieu, P. (2005). Sobre a televisão. Oeiras: Celta.

Carvalho, H. (2008). Análise multivariada de dados qualitativos. Utilização da análise de correspondências múltiplas com o SPSS. Lisboa: Sílabo.

Collom, E., & Mitchell, D. E. (2005). Home schooling as a social movement: identifying the determinants of homeschoolers perceptions. Sociological Spectrum, 25. Recuperado em 21 de maio de 2012, de http://www.usm.maine.edu/soc/collom/collom%26mitchell.pdf.

Costa, A. F. (1999). Sociedade de bairro. Dinâmicas sociais da identidade cultural. Oeiras: Celta. Costa, A. F., Machado, F., & Almeida, J. F. (1990). Estudantes e amigos: trajetórias de classe e redes de sociabilidade. Análise Social, XXV (105-106), 193-221.

Derouet, J.-L. (2002). A sociologia das desigualdades de educação posta à prova pela segunda explosão escolar: Deslocamento dos questionamentos e reinício da crítica. Revista Brasileira de Educação, 21, 5-16.

Dubet, F. (2002). Le déclin de l’instituition. Paris: Seuil. Fernandes, A. T. (1993). Religiosidade difusa e identidade confessional. Sociologia. Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, VIII, 7-135.

Gaither, M. (2008). Homeschool: An American history. New York: Palgrave Macmillan. Gaspar, S., Ramos, M., & Ferreira, A. (2013). Análise comparativa dos divórcios em casais nacionais. Sociologia. Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, XXVI, 81-111.

Gatto, J. T. (2005). Dumbing us down. The hidden curriculum of compulsory schooling. Gabriola Island, CA: New Society Publishers.

Gatto, J. T. (2010). Weapons of mass instruction. A schoolteacher’s journey through the dark world of compulsory schooling. Gabriola Island, CA: New Society Publishers.

Gonçalves, M., Barra, L., & Rosa, S. (2016, março 13). Viver e aprender sem ir à escola. Expresso. Retirado de http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-03-13-Viver-e-aprender-sem-ir-aescola.

Habermas, J. (1992). Legitimation crisis. Cambridge: Polity Press. Hays, Sh. (1996). The cultural contradictions of motherhood. New Haven, CT: Yale University Press.

Kanter, R. M. (1972). Commitment and community: communes and utopias in sociological perspective. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Kennedy, E. (2008). Homeschooling as reflexive modernity. Recuperado em 25 de junho de 2013, de http://repository.lib.ncsu.edu/ir/bitstream/1840.16/1355/1/etd.pdf.

Kunzman, R. (2009). Write these laws on your children. Inside the world of conservative christian homeschooling. Boston: Beacon Press.

Lahire, B. (2003). Crenças coletivas e desigualdades culturais. Educação & Sociedade, 24 (84), 983- 995.

Lahire, B. (2005). Patrimónios individuais de disposições. Para uma sociologia à escala individual. Sociologia, Problemas e Práticas, 49, 11-42.

Luhmann, N. (1995). Individuo, individualidad, individualismo. Zona Abierta, 70/71, 53-157.

Mayberry, M., Knowles, G., Ray, B., & Marlow, St. (1995). Home schooling. Parents as educators. Thousand Oaks, CA: Corwin Press, Inc.

Mellucci, A. (1996). Challenging codes. Collective action in the information age. Cambridge: University Press of Cambridge.

Palhares, J. A. (2014). A excelência académica na escola pública. Quotidianos escolares e não escolares de jovens enquanto alunos. In L. L. Torres, & J. A. Palhares (Orgs.), Entre mais e melhor escola em democracia. Inclusão e excelência no sistema educativo português (pp. 5-26). Lisboa: Mundos Sociais

Perrenoud, Ph. (2002). Aprender a negociar a mudança em educação. Porto: ASA.

Ribeiro, A. (2010). O ensino doméstico e a organização escolar: um contributo sociológico-organizacional sobre a realidade portuguesa. Dissertação de Mestrado, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Ribeiro, A. (2015), O ensino doméstico em Portugal: uma abordagem sobre novas epistemologias organizacionais da educação, das subjetividades e dos quotidianos familiares. Tese de Doutoramento, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Rogers, A. (2014). The classroom and the everyday: The importance of informal learning for formal learning. Investigar em Educação, IIª Série, 1, 7-34.

Santos, B. S. (1994). Pela mão de Alice. O social e o político na pós-modernidade. Porto: Afrontamento.

Sedlmayr, A. (2014). Livre para crescer. Sustentabilidade emocional, parentalidade com apego e unschooling. Smashwords, Inc. Recuperado em 30 de setembro de 2014, de https://www.smashwords.com/books/view/481175

Stake, R. E. (2007). A arte da investigação com estudos de caso. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Stevens, M. (2001). Kingdom of children. Culture and controversy in the homeschooling movement. Princeton & Oxford: Princeton University Press.

Torres, C. A. (2003). Democracia, educação e multiculturalismo: Dilemas da cidadania em um mundo globalizado. In C. A. Torres (Org.), Teoria crítica e sociologia política da educação (pp. 63-102). São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire.

Torres, L. L. (2004). Cultura organizacional em contexto educativo. Sedimentos culturais e processos de construção do simbólico numa escola secundária. Braga: Universidade do Minho/Instituto de Educação e Psicologia.

Touraine, A. (1999). Como sair do liberalismo?. Lisboa: Terramar.

Vincent, G., Lahire, B., & Thin, D. (1994). Sur L´histoire et la théorie de la forme scolaire. In Guy Vincent (Dir.), L’éducation prisonnière de la forme scolaire? (pp. 11-48). Lyon: Presses Universitaires de Lyon.

Zablocki, B. (1980). Alienation and charisma: A study of contemporary American communes. New York: Free Press.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.