Resumo
Este artigo pretende abordar duas condições para que a criança se aproprie das capacidades de leitura e produção de texto do gênero “conto”: as características do texto narrativo ficcional e as estratégias de compreensão leitora. Diante dos pressupostos teóricos de Propp, Claude Bremond, Harvey e Goudvis, mostra-se como, numa experiência específica, em contraposição ao que ocorre nas atividades existentes em livros didáticos, alunos vivenciaram o contato com essa literatura e como articularam a compreensão da narrativa através de atividades propostas nesta pesquisa. Os resultados revelam que as crianças, quando envolvidas de forma consistente e significativa com o texto narrativo ficcional, assumem o papel de protagonistas tanto na compreensão como na produção desse gênero textual.
Referências
Azevedo, R. (2000). Armazém do folclore. São Paulo: Ática.
Azevedo, R. (2011). Meu livro do folclore. São Paulo: Ática.
Bakhtin, M. (2003). Estética da criação verbal (4a ed.). São Paulo: Martins Fontes.
Brasil. (1998). Parâmetros curriculares nacionais: primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental, Brasília: MEC/SEF.
Brasil. (2012). Ministério da Educação. Guia de livros didáticos: PNLD 2013: Língua Portuguesa, Brasília: MEC/SEB.
Bremond, C. (1972). A lógica dos possíveis narrativos. In R. Barthes (Org.), Análise estrutural da narrativa (110-135). Rio de Janeiro: Vozes.
Buranello, C. (2008). Língua Portuguesa (Coleção Conhecer e crescer, 4.º ano, 2a ed.). São Paulo: Escala Educacional.
Caldas, L. K. (2010). Trabalhando tipos/gêneros textuais em sala de aula: uma estratégia didática na perspectiva da mediação dialética. IBILCE/UNESP – São José do Rio Preto. Recuperado em 13 de agosto de 2015, de http://www.alb.com.br/anais16/sem03pdf/ sm03ss16_09.pdf.
Cardoso, J. B. (2001). Teoria e prática de leitura, apreensão e produção de texto. Brasília: Imprensa Oficial.
Davis, L., & Souza, R. J. (2010). Entendendo textos: estratégias para a sala de aula. Leitura: Teoria & Prática, 1, 31-37.
Fischer, D., Frey, N., & Lapp, D. (2008). In a reading state of mind: brain research, teacher modeling, and comprehension instruction. USA: IRA.
Fonseca, M. N. G. da, & Geraldi, J. W. (2002). O circuito do livro e a escola. In J. W. Geraldi (Org.), O texto na sala de aula (4a ed.). São Paulo: Ática.
Fountas, C., & Pinnell, G. (2001). Guiding readers and writers grades 3-6: teaching comprehension, genre, and content literacy. Portsmouth: Heinemann.
Hampton, M. F., & Resnick, L. B. (2009). Reading and writing with understanding: comprehension in forth and fifth grades. USA: IRA.
Harvey, S., & Goudvis, A. (2008). Strategies that work. Teaching comprehension for understanding and engagement. USA: Stenhouse Publishers & Pembroke Publishers.
Gancho, C. V. (2004). Como analisar narrativas. São Paulo: Ática.
Girotto, C. G. G. S., & Souza, R. J. de. (2010). Estratégias de leitura: para ensinar alunos a compreenderem o que leem. In R. J. Souza (Org.), Ler e compreender: estratégias de leitura. Campinas: Mercado de Letras.
Kleiman, A. (2002). Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes.
Lajolo, M. (1996, janeiro/março). Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, 16(69), 3-9.
Langenberg, D. N. (Ed.). (2000). Report of the National Reading Panel: Teaching children to read, an evidence-based assessment of the scientific research literature on reading and its implications for reading instruction. Washington, D. C.: National Institutes of Health Publication No. 00-4754. U.S. Government Printing Office.
Lerner, D. (2002). Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed.
Maingueneau, D. (2000). Termos chave da análise do discurso. Belo Horizonte, UFMG.
Marcurschi, B., & Val, M. G. C. (Orgs.). (2008). Livros didáticos de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica.
Pressley, M. (2002). Reading instruction that works: The case for balanced teaching (2nd ed.). New York: Guilford.
Propp, V. L. (2006). Morfologia do conto maravilhoso (J. Sarhan, Trad., B. Schnaiderman, Rev., 2a ed.). Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Rojo, H. R. (2010, julho/dezembro). Letramentos escolares: coletânea de textos nos livros didáticos de língua portuguesa. Perspectiva, 28(2), 433-465. Recuperado em 28 de junho de 2016, de https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/2175795X.2010v28n2p433/18444.
São Paulo (Estado) SEE. (2008). Proposta curricular do Estado de São Paulo para o ensino fundamental. São Paulo: SE.
Silva, A. C., & Carbonari, R. (1997). Cópia e leitura oral: estratégias para ensinar. In L. Chiappini (Org.), Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez.
Solé, I. (1998). Estratégias de leitura (6a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Souza, R. J., & Cosson, R. (2010). Letramento literário: uma proposta para a sala de aula. Conteúdo e didática de alfabetização, 10, 101-107. Didática dos Conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica.
Souza, R. J., & Santos, C. C. S. (2011). A leitura da literatura infantil na escola. In R. J. Souza, Caminhos para a formação do leitor (pp. 80-89). São Paulo: DCL.
A Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.