Banner Portal
Das escolhas que fiz: implicações etnográficas na pesquisa com crianças
Remote

Palavras-chave

Etnografia.Crianças. Metodologia. Gênero

Como Citar

WENETZ, Ileana. Das escolhas que fiz: implicações etnográficas na pesquisa com crianças. Pro-Posições, Campinas, SP, v. 22, n. 2, p. 133–149, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643266. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

A partir de pesquisar gênero e sexualidade nas brincadeiras do recreio escolar, procuro descrever o processo de inserção como pesquisadora numa escola pública, narrando as diferentes decisões tomadas que permitiram refletir sobre um olhar de uma estrangeira num contexto brasileiro. Realizei uma etnografia em duas turmas: uma segunda e uma terceira série do Ensino Fundamental. Nesses grupos, realizei observações em diferentes momentos do quotidiano escolar, particularmente o recreio, e entrevistas com crianças. Os resultados das escolhas metodológicas permitiram um maior aprofundamento dos significados que as crianças atribuem ao seu dia a dia e do fazer do etnógrafo, além da observação de que, no espaço do recreio, dentre outros momentos na escola, acontecem aprendizagens tidas como não oficiais e não intencionais, através das quais, crianças aprendem a ser meninos e a ser meninas.

Abstract:

From a survey on gender and sexuality in games played at the school playground during the break, I try to describe the process of inclusion as a researcher in a public school, narrating the various taken decisions that allowed reflection from the point of view of a foreigner in a Brazilian context. I carried out an ethnographic work in groups from the first to the fourth grade, focusing on a second and a third grade groups from the elementary school. In these groups, observations were made at different times of the daily school life, particularly during the school break at the playground and in interviews with the children. The results of the methodological choices permitted a further investigation on the meanings children give to their daily routine and on the ethnographer’s task, besides allowing the observation that at the recreation area during the school break non-official and non-intentional learning occurs through which, among other moments in school, children learn how to behave as boys or girls.

Key words: Ethnography. Children. Methodology. Gender

Remote

Referências

ALBARELLO, L. et al. Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais. Portugal: Gradiva, 1997.

BAUMAN, Z. O Mal-Estar da Pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 1998.

BECKER, S. H. Métodos de pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo: Hucitec, 1997. p. 178.

BOGDAN, R.; KNOP, S. B. Investigação qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994.

BELL HOOKS. Eros, erotismo e o processo civilizatório In: LOURO, Guacira (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

BOYLE, E. D.; MARSHALL, L. N.; ROBESON, W. W.Gender at play: fourth-grade girls and boys on the playground. American Behavioral Scientist. n. 4, p. 3 6, 003. Disponível em: (Capes). Acesso em: fev. 2008.

BURGUESS, R. G. A pesquisa de terreno — uma introdução. Portugal: Celta, 1997.

CRUZ, T. Meninas e meninos no recreio: gênero, sociabilidade e conflito. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 004.

DELFOS, M. F. Me escuchas? Como conversar con niños de cuatro a doce años. Netherlands: Bernard Van Leer Foundation, 00 .

EUGENIO, F. De como olhar onde não se vê: ser antropóloga e tia em uma escola especializada para crianças cegas. In: VELHO, G.; KUSCHNIR, K. (Org.). Pesquisas urbanas: desafios do trabalho antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

EPSTEIN, D.; KEHILY, M.; MAC AN GAILL, M.; REDMAN, P. Boys and girls come out: making masculinities and feminities in school playgrounds. Men and masculinities, n. 4, p.

, 2001. Disponível em: (Capes). Acesso em: fev. 2008.

DEMARTINI, Z. B. Fabri. Infância, pesquisa e relatos orais. In: FARIA, A. L. G. de; DEMARTINI, Z. B. F.; PRADO, D. P. (Org.). Por uma cultura da infância: metodologias de pesquisa com crianças. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989a. p. 324.

GEERTZ, C. Estar lá, escrever aqui. Diálogo, São Paulo, v. 22, n. 3, p. 58-63, 1989b.

GOODWIN, M. H. Exclusion in girls´ peer groups: ethnographic analysis of language practices on the playground. Humam Development, v. 45, n. 6, nov./dez. 2002, p. 392-415. Disponível em: (Capes). Acesso em: fev. 2008.

KELLE, H. Gender and territoriality in games played by nine-to twelve-year-old schoolchildren. Journal of Contemporary Ethnography, v. 29, n. 2, p. 164-197, 2000. Disponível em: (Capes). Acesso em: fev. 2008.

KNAUTH, D.; CERES, V.; AGRA HASSEN, M. Pesquisa qualitativa em saúde. Porto Alegre, RS: Tomo, 2000. p. 133.

LARROSA, J. Para qué nos sirven los extranjeros? Educação & Sociedade. Revista Quatrimestral de Ciência da Educação. Ano XXIII. N. 79. Agosto. 2002.

LOURO, G. L. Corpo, escola e identidade. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. , n. 2, p. 59-76, jul./dez. 2000.

LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 004.

MEYER, D. Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, G.; NECKEL, J. F.; GOELLNER, S. V. (Org.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na Educação. Petrópolis: Vozes, 2003.

NICHOLSON, L. Interpretando o gênero. Estudos Feministas, v. 8, n. 2, p. 9-42, 2000.

PORTO ALEGRE. Memória dos Bairros. Belém Velho. Prefeitura Municipal de Porto Alegre, RS, 1994. p. 98.

PORTO ALEGRE. Memória dos Bairros. Restinga. Prefeitura Municipal de Porto Alegre, RS, 1997. p. 22.

RONALD, E. “If you don´t kiss me, you´re dumped”: boys, boyfriends and heterosexualized in the primary school. Educational Review, v. 55, n. 2, p. 179-194, jun. 2003. Disponível em: (Capes). Acesso em: fev. 2008.

ROCKWELL, E. Reflexiones sobre el proceso etnográfico (1982-85). México: Centro de Investigación y de Estudios Avanzados del Instituto Politecnico Nacional. Departamento de Investigaciones Educativas, 1987. p. 87.

SWAIN, J. The role of sport in the construction of masculinities in English independent Junior school. Sport, Education and Society, v. 11, n. 4, p. 317-335, nov. 2006. Disponível em: (Capes). Acesso em: fev. 2008.

STIGGER, M. P. Esporte, lazer e estilos de vida: um estudo etnográfico. Campinas, SP: Autores Associados; São Paulo: Editorial Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), 2002. p. 278. Coleção Educação Física e Esportes.

TAYLOR, S. J. Y; BOGDAN, R. Introducción a los métodos cualitativos de investigación. La búsqueda de significados. Barcelona: Paidós, 1996.

WENETZ, I. Gênero e sexualidade nas brincadeiras do recreio. Dissertação (Mestrado) — Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Escola de Educação Física (EsEF), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), 00 .

WINKIN, Y. A nova comunicação: da teoria ao trabalho de campo. Campinas, SP: Papirus, 1998.

WOODS, P. La escuela por dentro. La etnográfica en la investigación educativa. Barcelona: Paidós, 1995. p. 217. Temas de Educación.

Proposições utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.