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As marcas da leitura na escrita e os manuscritos como lições de literatura
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Palavras-chave

Hilda Hilst
Georges Bataille
marginália

Como Citar

BARBOSA, Aline Leal Fernandes. As marcas da leitura na escrita e os manuscritos como lições de literatura. Remate de Males, Campinas, SP, v. 44, n. 2, p. 713–734, 2025. DOI: 10.20396/remate.v44i2.8671714. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8671714. Acesso em: 18 abr. 2025.

Resumo

A partir do ensaio “Ler e escrever”, de Louis Hay, em que se propõe olhar para os manuscritos como “lições de literatura”, este artigo se debruça sobre alguns cadernos do Fundo Hilda Hilst (Cedae/IEL) – nos quais a autora prepara a escrita da novela Rútilo nada –, a fim de perseguir algumas dessas lições. Entre outras tramas intertextuais, observa-se uma forte relação de Rútilo nada com o livro A literatura e o mal, de Georges Bataille, que, ao que tudo indica, Hilda estava lendo ao mesmo tempo que escrevia a novela. Em seguida, analisa-se a marginália do exemplar do livro de Bataille na biblioteca hilstiana para traçar a relação de alguns vestígios de leitura com a novela publicada. A conversa virtual entre escritores, observada nesses manuscritos, possibilita trazer o diálogo literário, que toma corpo nas margens da página, para o centro do procedimento escritural.

https://doi.org/10.20396/remate.v44i2.8671714
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Referências

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