Banner Portal
A heterotopia amerindia e a resistência contra o etnocídio brasileiro
PDF

Palavras-chave

Subjetividades ameríndias
Desobediência
Possibilidades dissonantes

Como Citar

SILVA, Gustavo Ruiz da. A heterotopia amerindia e a resistência contra o etnocídio brasileiro. Filosofia e Educação, Campinas, SP, v. 13, n. 3, p. 2725–2741, 2022. DOI: 10.20396/rfe.v13i3.8665100. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/article/view/8665100. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo visa, a partir de um problema contemporâneo (a destruição das vidas e culturas indígenas no Brasil), pensar problemas éticos, em especial no que consistem as formas outras de constituição da subjetividade e de (des)obediência. A questão da obediência indígena, então, será pensada a partir dos escritos de Pierre Clastres, dando margem para a relação com nossa realidade ocidental a partir de Viveiros de Castros. A questão da subjetividade será abordada a partir daquilo que nos foi indicado por Michel Foucault. Encarando essas realidades ameríndias como heterotopias, como poderíamos produzir resistências e possibilidades dissonantes em nossa realidade presente?

https://doi.org/10.20396/rfe.v13i3.8665100
PDF

Referências

ABENSOUR, Miguel. L’Esprit des lois sauvages – Pierre Clastres ou une nouvelle anthropologie politique. Paris: Seuil, 1987.

ABENSOUR, Miguel. La démocratie contre l’État – Marx et le moment machiavélien. Paris: Édition du Félin, 2012.

BBC. Falhou no psicotécnico, investigou desafeto e atacou procurador: A trajetória do novo presidente da Funai. BBC News Brasil, 25/07/2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49107737. Acesso em: 09/12/2020.

CLASTRES, Pierre. “Arqueologia da Violência: a guerra nas sociedades primitivas”. In: _____. Arqueologia da Violência: pesquisas de Antropologia Política. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac & Naify, p. 158-187, 2004a.

CLASTRES, Pierre. “Do etnocídio”. In: _____. Arqueologia da Violência: pesquisas de Antropologia Política. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac & Naify, p. 54-63, 2004b.

CLASTRES, Pierre. “A sociedade contra o Estado”. In: _____. A Sociedade Contra o Estado: pesquisas de Antropologia Política. Trad. Theo Santiago. São Paulo: Cosac & Naify, p. 170-193, 2008a.

CLASTRES, Pierre. “Do Um sem o Múltiplo”. In: _____. A Sociedade Contra o Estado: pesquisas de Antropologia Política. Trad. Theo Santiago. São Paulo: Cosac & Naify, p. 153-158, 2008b.

CLASTRES, Pierre. “Troca e Poder: Filosofia da chefia índia”. In: _____. A Sociedade Contra o Estado: pesquisas de Antropologia Política. Trad. Theo Santiago. São Paulo: Cosac & Naify, p. 39-55, 2008c.

DELEUZE, Gilles. Dialogues, avec Claire Parnet. Paris: Ed. Flammarion, 1977.

EL PAÍS. Ministra Damares é acusada por indígenas de sequestrar criança, diz revista. EL PAÍS, 31/01/2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/31/politica/1548946667_235014.html. Acesso em: 09/12/2020.

FERNANDES, Florestan. A função social da guerra na sociedade tupinambá (1920-1995). 3ª ed. São Paulo: Globo, 2006.

FONSECA, B., & CORREIA, M. (2020, June 15). Governo gastou mais de R$ 30 milhões em rádios e TVs de pastores que apoiam Bolsonaro. Agência Pública, 15/06/2020. Disponível em: https://apublica.org/2020/06/governo-gastou-r-30-milhoes-em-radios-e-tvs-de-pastores-que-apoiam-bolsonaro/. Acesso em: 09/12/2020.

HOBBES, T. Leviatã, ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil. Trad. J. P. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

LEBRUN, G. O que é poder. Trad. R. J. Ribeiro. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1984.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade II: O Uso dos Prazeres. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1998.

FOUCAULT, Michel. “Des espaces autres”. In: _____. Dits et écrits II, 1976-1988. Paris : Gallimard, p. 1571-1581, 2001.

FOUCAULT, Michel. Dits et écrits. Vol. II: 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001b.

FOUCAULT, Michel. “Aula de 17 de março de 1976”. In: _____. Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). EWALD, F.; FONTANA, A. (Org.). Trad. Maria E. Galvão. São Paulo: Ed. Martins Fontes, p. 285-316, 2005.

FOUCAULT, Michel. “Les Heterotopies”. In: _____. Le Corps Utopique, Les Heterotopies. DEFERT, Daniel (Org.). Paris : Nouvelles Édition Lignes, p. 19-30, 2009a.

FOUCAULT, Michel. Security, Territory, Population: Lectures at the College De France, 1977-1978. SENELLART, M.; EWALD, F. FONTANA, A. (Eds.). Trad. Graham Burchell. London: Palgrave Macmillan, 2009b.

FOUCAULT, Michel. Du Gouvernement des vivants. Cours au Collège de France (1979-1980). Paris: Gallimard, 2012.

MAUSS, Marcel. Essai sur le don. Forme et raison de l'échange dans les sociétés archaïques. Paris : PUF, col. « Quadrige Grands textes », 2007.

MENICONI, Pedro; RUIZ DA SILVA, Gustavo. “Da lepra ao mundo pós-COVID19: um estudo a partir das formas disciplinares”. In: MENEZES, L. M. B. R. (Org.). Filosofia Política. Perspectivas pós covid-19. Curitiba: Ed. Bagai, 2020.

MERLINO, T. ‘Fui obrigado a entrar em terra indígena com um missionário’, diz servidor da Funai. Repórter Brasil, 25/11/2020. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2020/11/fui-obrigado-a-entrar-em-terra-indigena-com-um-missionario-diz-servidor-da-funai/. Acesso em: 09/12/2020.

MUÑOZ, Yolanda G. G. Obedecer! Escutando ecos nos escritos de Michel Foucault e Paul Veyne. Sofia (Vitória), v. 4, n. 2, 2015.

RUIZ DA SILVA, Gustavo. A imagem de si: entre obediência e subjetividades dissonantes. CIPPUS, v. 8, n. 2, p. 29-67, 2020a.

RUIZ DA SILVA, Gustavo. Resenha: GROS, Frédéric. Desobedecer. São Paulo: Ubu editora, 2018. 224p. Argumento, Salvador, n. 16, p. 117-126, 2020b.

PIGNARRE, Philippe; STENGERS, Isabelle. La sorcellerie capitaliste: pratiques de desenvoutement. Paris: La Decouverte, 2005.

SIMON, A. Weintraub: Odeio o termo "povos indígenas"; Quer, quer. Não quer, sai de ré. UOL Notícias, 22/05/2010. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/05/22/weintraub-odeio-o-termo-povos-indigenas-quer-quer-nao-quer-sai-de-re.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 09/12/2020.

TOLEDO, D. Ex-missionário nomeado para Funai é acusado de manipular indígenas e dividir aldeias. Repórter Brasil, 18/02/2020. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2020/02/ex-missionario-nomeado-para-funai-e-acusado-de-manipular-indigenas-e-dividir-aldeias%EF%BB%BF/. Acesso em: 09/12/2020.

VEYNE, Paul. “O indivíduo atingido no coração pelo poder público”. In: _____. et. al. Indivíduo e Poder. Trad. Isabel Dias Braga. Lisboa: Ed. 70, 1988.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Filiação Intensiva e Aliança Demoníaca. Novos Estudos CEBRAP, vol. 7, p. 91-126, 2007a.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “No Brasil todo mundo é indio, exceto quem não é”. In: SZTUTMAN, Renato. Encontros: Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, p. 130-161, 2007b.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “Uma boa política é aquela que multiplica os possíveis”. In: SZTUTMAN, Renato. Encontros: Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, p. 226-259, 2007c.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Claude Lévi-Strauss, fundador del pos-estructuralismo. Revista de Antropologia, p. 47-61, 2010. Disponível em: https://sisbib.unmsm.edu.pe/BIBVIRTUAL/Publicaciones/revis-antrop/2008_n6/pdf/a04v6n6.pdf

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. “Introduction: The Untimely, Again”. In: CLASTRES, Pierre. Archeology of Violence. Jeanine Herman. Los Angeles: Semiotext, p. 9-52, 2010.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O medo dos outros. Revista de Antropologia, vol. 54, n. 2, p. 885-917, 2011.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Filosofia e Educação

Downloads

Não há dados estatísticos.