Equidade e disparidades no Ensino Superior brasileiro: insights a partir do Prêmio Capes Talento Universitário

Resumo

Introdução: o Prêmio Capes Talento Universitário (PCTU) reconhece estudantes com notável desenvolvimento cognitivo por meio de avaliações anuais aplicadas a ingressantes no Ensino Superior Brasileiro (ESB). Objetivo(s): investigar a distribuição geográfica, a área de conhecimento e o tipo de financiamento institucional dos premiados no PCTU. Além disso, analisar o comportamento geoespacial dos laureados e as disparidades dessas distribuições. Método: os dados foram coletados por meio do Portal de Acesso à Informação. A localização geográfica e a natureza do financiamento institucional foram obtidas no Portal e-Mec. Os dados de distribuição geográfica foram analisados com normalização das frequências absolutas, com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: o número médio dos três anos de premiados a cada 10.000 ingressantes no ESB pelo Exame Nacional do Ensino Médio segue a seguinte distribuição: Região Sul (17,33), Sudeste (17,21), Nordeste (13,57), Centro-Oeste (8,17) e Norte (5,75). O estado de Sergipe apresenta maior desempenho médio com 119,65 laureados, enquanto Roraima não teve premiados registrados. A concentração média de premiados em poucos municípios, especialmente nas capitais (62,97%), indica desigualdades educacionais regionais. Na área de abrangência, Ciências da Saúde lidera com média de 56,6% dos premiados, enquanto Ciências Humanas (4,27%), Ciências Sociais (4,27%), Linguística, Letras e Artes (0,7%) e Ciências Agrárias (0,4%) apresentam os menores desempenhos. Notavelmente, instituições públicas têm significativamente mais laureados (90,9%). Conclusão: os dados apontam para desigualdades regionais e institucionais no ESB, destacando a necessidade de políticas educacionais que promovam a equidade e fortaleçam as áreas do conhecimento e as regiões desprivilegiadas.