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A percepção dos estudantes cotistas sobre os currículos dos cursos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com maior densidade entre vagas e inscritos
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Palavras-chave

Ações afirmativas
Currículo
Cotistas

Como Citar

SILVA, Thalles Ricardo de Melo; LUI, Lizandro. A percepção dos estudantes cotistas sobre os currículos dos cursos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com maior densidade entre vagas e inscritos. Revista Internacional de Educação Superior, Campinas, SP, v. 9, n. 00, p. e023038, 2022. DOI: 10.20396/riesup.v9i00.8664095. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/riesup/article/view/8664095. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O artigo se inscreve nas discussões sobre as ações afirmativas nas Instituições de Ensino Superior (IES). Tendo como universo de estudo a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o objetivo é analisar de que modo o estudante cotista percebe o currículo dos cursos com maior densidade entre vagas e inscritos. No estudo, entende-se o currículo como um elemento construído historicamente como um mecanismo institucional de reprodução social. Por outro lado, a percepção dos estudantes cotistas está relacionada ao seu habitus, que é constituído por variáveis econômicas, sociais e culturais. Utiliza-se o estudo de caso como abordagem metodológica. Mediante entrevistas aprofundadas, entrevistaram-se 5 estudantes dos cursos com maior densidade da UFRGS. Três razões nortearam a análise sobre a percepção curricular: a densidade do currículo, a composição deste e a avaliação. Por mesclarem uma rotina de trabalho e estudos devido à situação socioeconômica, os cotistas entrevistados percebem o currículo como denso. As variáveis educacionais, por outra via, influenciam as avaliações, que geram dificuldades, principalmente, no início do curso. Por fim, a composição curricular é resultado de uma seleção, que exclui algumas vivências do público cotista. Embora essas razões levem à identificação de mecanismos de reprodução, por meio do ingresso do público cotista, há conflitos que permitem a possibilidade de mudança institucional.

https://doi.org/10.20396/riesup.v9i00.8664095
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