Resumo
A mobilidade deve ser um direito social, pois protege a necessidade das pessoas de mover-se livremente para a conquista da igualdade. As privações de mobilidade também são decorrentes das desigualdades nas relações sociais. O uso dos espaços refletem as relações de dominação de uma ordem discriminatória que não reconhece a igualdade. Os corpos abjetos referem-se às pessoas fora de uma matriz de inteligibilidade, criando proibições no uso do espaço urbano: são corpos deficientes, sexuados, racializados, pobres ou femininos. O reconhecimento de necessidades como direitos deve ser feito por meio de uma reflexão pública sobre o que é ser tratado como pessoa de igual respeito e consideração.
Referências
BORRILLO, D. A homofobia. In: LIONÇO, T.; DINIZ, D. (Orgs.). Homofobia e educação: um desafio ao silêncio. Brasília: Letras Livres, Ed. UnB, 2010. p. 15-46.
BUTLER, J. Bodies that matter: on the discursive limits of “sex”. New York: Routledge, 1993.
BUTLER, J.Actos performativos y constitución del género: un ensayo sobre fenomenología y teoría feminista. Revista Debate Feminista, México, a. 9, v. 18, p. 296-314, 1998.
BUTLER, J.Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003a.
BUTLER, J. Violencia, luto y política. Iconos, n. 17, 2003b.
BUTLER, J.Deshacer el género. Barcelona: Paidos, 2006a.
BUTLER, J.Vida precaria: el poder del duela y la violencia. Buenos Aires: Paidos, 2006b.
BUTLER, J.Frames of war: when is life grievable? Nova York: Verso, 2010.
DINIZ, D. Modelo social da deficiência: a crítica feminista. SérieAnis, Brasília, n. 28, p. 1-8, 2003.
DINIZ, D.A velhice. Revista e, São Paulo, Sesc, Em pauta, p. 21-21, 2006.
DINIZ, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2007.
DOYAL, L.; GOUGH, I. Teoría de las necesidades humanas. Barcelona: Icaria, 1994.
DWORKIN, R. A virtude soberana: a teoria e a prática da igualdade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FRASER, N. Talking about needs: interpretive contests as political conflicts in welfare-state societies. Ethics, v. 99, n. 2, p. 291-313, 1989a.
FRASER, N.Unruly practices: power, discorse, and gender in contemporary social theory. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1989b.
FRASER, N.Reconhecimento sem Ética? Lua Nova, São Paulo, n. 70, p. 101-138, 2007.
GARLAND-THOMSON, R. Staring: how we look. New York: Oxford University Press, 2009.
GOMIDE, A. de A. Transporte urbano e inclusão social: elementos para políticas públicas. Brasília: Ipea, 2003.
GOMIDE, A. de A. Mobilidade urbana, iniqüidade e políticas sociais. In: Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise, Brasília, Ipea, p. 241-290, 2006.
GROSSI, M. P. Identidade de gênero e sexualidade. Florianópolis: Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, 1998.
HELLER, A. Teoría de las necesidades en Marx. Barcelona: Península, 1978.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010a.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Despesas, rendimentos e condições de vida. Rio de Janeiro: IBGE, 2010b.
JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
KITTAY, E. Love’s labor: essays on women, equality, and dependency. New York: Routledge, 1999.
MARX, K. O capital. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
MASSEY, Doreen. Pelo Espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
MEDEIROS, M.; DINIZ, D. A nova maneira de se entender a deficiência e o envelhecimento. Brasília: Ipea, 2004. (Texto para discussão, 1040).
NUSSBAUM, M. ______. In defense of universal values. In: ______. Women and human development: the capabilities approach. Cambridge: Cambridge University Press, 2000. p. 34-110.
NUSSBAUM, M. Las fronteras de la justicia: consideraciones sobre la exclusión. Barcelona: Paidos, 2007.
OKIN, S.M. Reason and feeling in thinking about justice. Ethics, v. 99, n. 2, p. 229-249, 1989.
PEREIRA, P.A.P. Necessidades humanas: subsídios à crítica dos mínimos sociais. São Paulo: Cortez, 2007.
PRINS, B.; MEIJER, I. Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler. Tradução: Susana Funck. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 1, p. 155-167, 2002.
ROSEN, F. Basic needs and justice. Mind, v. 86, n. 341, p. 88-94, 1977.
SANTOS, M. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
SCOTT, J. O enigma da igualdade. Estudos Feministas, n. 216, p. 11-30, jan./abr. 2005.
SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
SILVA, J.L.P. da; DINIZ, D. Mínimo social e igualdade: deficiência, perícia e benefício assistencial na LOAS. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 15, n. 2, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802012000200012&lng=en&nrm=iso. Accesso em: 15 jan. 2013.
SPIVAK, G.C. Can the subaltern speak? New York: Columbia University Press, 2010.
A URBANA: Revista Eletrônica do Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Cidade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.