Resumo
O presente artigo analisa como os rappers foram reunindo elementos, selecionando indícios, capturando traços/rastros de experiências para consolidar uma perspectiva de explicação histórica para certos processos sociais e investiram na construção de uma leitura para o rap (especialmente como é praticado no Brasil a partir de finais dos anos 1980) que, mais do que situá-lo como prática musical, fez sobressair sua existência como campo de valores e modo de vida. Esses valores e modos de vida foram fundamentais para a maneira como esses sujeitos lidaram com o espaço urbano, ressignificando em muitas composições, por exemplo, a periferia.
Referências
ÁVILA, Milene Peixoto. Periferia é periferia em qualquer lugar? Antenor Garcia: estudo de uma periferia interiorana. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) — Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2006.
BARRETO, Silvia Gonçalves Paes. Hip hop na região metropolitana do Recife: identificação, expressão cultural e visibilidade. Dissertação (Mestrado em Sociologia) — Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992.
CAMARGOS, Roberto. Rap e política. São Paulo: Boitempo, 2015.
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura, vol 2: O poder da identidade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Dudu de Morro Agudo. Enraizados, os híbridos locais. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2010.
FELIX, João Batista de Jesus. Hip hop: cultura e política no contexto paulistano. Tese (Doutorado em Antropologia Social) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
FRADIQUE, Teresa. Escalas de prática e representação: a música rap enquanto projecto de imaginação espacial. In: PAIS, José Machado, BRITO, Joaquim Pais de e CARVALHO, Mário Vieira de (coords.). Sonoridades luso-afro-brasileiras. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2004.
GARCIA, Walter. Sobre uma cena de “Fim de semana no Parque”, do Racionais MC’s. Estudos Avançados. 25 (71), São Paulo, 2011.
GRENBLATT, Stephen. Possessões maravilhosas: o deslumbramento do Novo Mundo. São Paulo: Editora da USP, 1996.
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia: estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: Edusc, 2001.
MAGALHÃES, Maria Cristina Prado Fleury. Hibridações locais e processos identitários: o rap em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Dissertação (Mestrado em Música) — Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2015.
NAVES, Santuza Cambraia; COELHO, Frederico Oliveira e BACAL, Tatiana (orgs.). A MPB em discussão: entrevistas. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2005.
RABELO, Danilo. Rastafari: identidade e hibridismo cultural na Jamaica, 1930-1981. Tese (Doutorado em História) — Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
ROSE, Tricia. Um estilo que ninguém segura: política, estilo e cidade pós-industrial no hip hop. In: HERSCHMANN, Micael (org.). Abalando os anos 90: funk e hip hop: globalização, violência e estilo cultural. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
SILVA, José Carlos Gomes da. Rap na cidade de São Paulo: música, etnicidade e experiência urbana. Tese (Doutorado em Antropologia) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
VARGAS, Herom. Música popular e crítica: sobre critérios de análise da canção popular nas mídias — o caso de “Ai se eu te pego”, de Michel Teló. Revista EcoPós, v. 17, n. 3, Rio de Janeiro, 2014.
VIANNA, Hermano. O mundo funk carioca. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.
A URBANA: Revista Eletrônica do Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Cidade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.