Banner Portal
Normas gramaticais e análise linguística
PDF

Palavras-chave

Normas gramaticais
Análise linguística
Gêneros textuais
Julgamentos de gramaticalidade
Ensino de gramática

Como Citar

TESCARI NETO, Aquiles; BERGAMINI-PEREZ, Joao Francisco. Normas gramaticais e análise linguística: o lugar dos julgamentos de gramaticalidade na aula de língua portuguesa. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 65, n. 00, p. e023023, 2023. DOI: 10.20396/cel.v65i00.8673621. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8673621. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

Na esteira de Tescari Neto e Souza de Paula (2021), o trabalho reconhece que o ensino de gramática, na Educação Básica, envolve duas frentes principais: o ensino (e reflexão) sobre as normas gramaticais e a análise linguística.  Nosso objetivo é discutir o lugar dos julgamentos de gramaticalidade (metodologia empregada pela linguística gerativa) no ensino de gramática, na Educação Básica, quando se abordam questões dessas duas frentes.  Em vista da recomendação dos PCNs (Brasil, 1998, 2000) e da BNCC (Brasil, 2018) de que as atividades de análise linguística sejam desenvolvidas de maneira articulada com as de leitura e produção textual, problematizamos, primeiramente, na perspectiva dos continua dos gêneros textuais (Marcuschi, 2004) e de monitoração estilística (Bertoni-Ricardo, 2003), o lugar das normas padrão e gramatical (no sentido de Faraco, 2008) no ensino de língua portuguesa para, na sequência, argumentar em favor de uma metodologia de ensino de gramática que valorize os julgamentos de gramaticalidade tanto no ensino da norma-padrão — através de uma comparação de estruturas da gramática internalizada do aluno (estruturas essas que serão julgadas) com estruturas da norma — quanto na análise linguística.

 

https://doi.org/10.20396/cel.v65i00.8673621
PDF

Referências

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BARBOZA, J. S. Grammatica Philosophica da Lingua Portugueza ou Principios da Grammatica Geral applicados á nossa linguagem. Lisboa: Typographia da Academia das Sciencias, 1822.

BELL, A. Language Style as Audience Design. In: COUPLAND, N.; JAWORSKI, A. Jaworski (Eds.). Sociolinguistics: a Reader and Coursebook. New York: St Mattin's Press Inc., p. 240-250, 1984.

BERGAMINI-PEREZ, J. F. Uma proposta de análisa sintático-semântica dos adjuntos temporais de medida. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2023.

BORBA, F.S. Fundamentos de Gramática Gerativa. Petrópolis: Vozes, 1976.

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2003.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, 2017.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ensino Médio. Brasília: MEC. Versão entregue ao CNE em 03 de abril de 2018, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site.pdf>

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais : terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais – Ensino médio: partes I e II. Brasília: SEB/MEC, 2000.

CASTILHO, A. T. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto, 2000.

CHOMSKY, N. Knowledge of language: Its nature, origin and use. New York: Praeger, 1986.

CHOMSKY, N. The Minimalist Program. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 1995.

CINQUE, G. Cognition, universal grammar, and typological generalizations. Lingua, v. 130, p. 50-65, 2013.

CINQUE, G.; RIZZI, L. The cartography of syntactic structures. In: HEINE, B.; NARROG, H.(Eds.). Oxford handbook of linguistic analysis. Oxford: Oxford University Press, p. 51-65, 2010.

COSTA, J.; GALVES, C. External Subjects in two varieties of Portuguese: Evidence for a non-unified analysis. In: BEYSSADE, C.; BOK-BENNEMA, R.; DRIJKONINGEN, F.; MONACHESI, P. (Eds.). Romance languages and linguistic theory. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2002, p. 109-125.

COSTA, J.; SILVA, M. C. F. Silva. Notas sobre a concordância verbal e nominal em português. Estudos Linguisticos XXXV, p. 95-109, 2006.

DUARTE, M. E. L.; SERRA, C. R.. Gramática(s), ensino de português e ‘adequação linguística’. Matraga, v. 22(36), p. 31-55, 2015.

FARACO, C.A. Afinando conceitos. In: ___. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola, p. 33-107, 2008.

FOLTRAN, M.J.; CARREIRA, M. B. ; KNOPFLE, A. A Gramática como Descoberta. Diadorim (Rio de Janeiro), v. 2, p. 27-47, 2017.

FOLTRAN, M. J.; RODRIGUES, P.; LUNGUINHO, M. V. Os estudos linguísticos e a formação do professor de Educação Básica: uma proposta concreta. In: GUESSER, S.; RECH, N. F. (Org.). Gramática, Aquisição e Processamento Linguístico: subsídios para o professor de Língua Portuguesa. Campinas: Pontes Editores, 2020.

FRANCHI, C. Criatividade e gramática. In: SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. São Paulo: SE/CENP, 1991.

GALVES, C. Ensaios sobre gramáticas do português. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001.

GERALDI, J. W. Unidades Básicas do Ensino de Português. In: GERALDI, João Wanderley (Org.). O texto na sala de aula: leitura & produção. Cascavel: ASSOESTE, p. 49-69, 1984.

GIRARDI, J. E. Oficina de língua inventada e o ensino de conceitos linguísticos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020.

HENRIQUES, C. De volta à(a) gramática, tema urgente. In: ALVES, I.M. et al. (Org.) Os estudos lexicais em diferentes perspectivas, v. VII. São Paulo: FFLCH/USP, p. 23-30, 2018.

HOCHSPRUNG, V.; QUAREZEMIN, S. Linguística, ciência e escola: a sintaxe do sujeito. Revista Virtual de Estudos da Linguagem, v. 19, p. 164-191, 2021.

HOCHSPRUNG, V. Consciência sintática: construindo a gramática do sujeito do Português brasileiro na escola. Dissertação (Mestrado) – UFSC, 2022.

HONDA, M.; O’NEIL, W. Triggering science-forming capacity through linguistic inquiry. In: HALE, K.; KEYSER, S.J.(Eds.). The view from Building 20: Essays in honor of Sylvain Bromberger. Massachusetts: MIT Press, , p. 229-255, 1993.

HONDA, M.; O’NEIL, W. Thinking linguistically: A scientific approach to language. Malden, MA: Blackwell, 2008.

ILARI, R.; POSSENTI, S. Português e Ensino de Gramática, v. 1. São Paulo: Secretaria da Educação de São Paulo, 1985.

JAPIASSU, H. Introdução às ciências humanas. São Paulo: Letras & Letras, 1994.

KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986.

KATO, M. A. A Gramática do Letrado: Questões para a Teoria Gramatical. In: MARQUES, M.A. et al. (Org.). Ciências da Linguagem: trinta anos de investigação e ensino. Braga: CEHUM, p. 131-145, 2005.

LANGACKER, R. A linguagem e sua estrutura. Petrópolis: Vozes, 1973.

LUNGUINHO, M.V.; NAVES, R. R. ; SALLES, H. M. M. L. ; PILATI, E. ; GUERRA VICENTE, H. S.; MEDEIROS JUNIOR, P. Contribuições dos estudos gramaticais à produção de textos. In: DIAS, J.F. (Org.). Ler e (re)escrever textos na universidade: da prática teórica e do processo de aprendizagem-ensino. Campinas: Pontes, p. 313-337, 2018.

MARCUSCHI, L.A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2004.

MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A.P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola, 2010, p. 19-38.

MARCUSCHI, L.A. Perplexidades e perspectivas da linguística na virada do milênio. DLCV, v. 3, n. 1, p. 11-36, 2005.

MATEUS, M.H. et al. Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Caminho, 2003.

MEDEIROS, P. Gramática sim, e daí? Reflexões acerca do ensino de gramática nos anos iniciais da educação básica. Curitiba: CRV, 2020.

MENDONÇA, M. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M.; KLEIMN, Â. (Org.). Português no ensino médio e formação do professor. 3.ed. São Paulo: Parábola, p. 199-226, 2006.

MENEZES, E. T. Verbete Projeto Ipê. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em <https://www.educabrasil.com.br/projeto-ipe/>

MINUSSI, R.D. ReVEL na escola: gramática formal e ensino. ReVEL, 19(37), p. 1-10, 2021.

MORO, A. A brief history of the verb ‘to be’. Massachusetts: MIT Press, 2017.

PERIGRINO, M. Os advérbios no ensino de língua portuguesa: livros didáticos, metodologia gerativa e teoria da gramática. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2020a.

PERIGRINO, M. Gramática gerativa em sala de aula: (re)pensando o ensino da classe dos advérbios. In: GOMES, A. P. Q.; TESCARI NETO, A. (Org.). A interface sintaxe-semântica: adjetivos e advérbios numa perspectiva formal. Campinas: Pontes Editores, p. 179-202, 2020b.

PEREIRA, G. S. O ensino das preposições na educação básica. Monografia (Graduação em Letras - Língua Portuguesa) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2021.

PILATI, E. 2017. Linguística, gramática e aprendizagem ativa. ed. 2. São Paulo: Pontes.

PILATI, E. Teorias linguísticas e educação básica: proposta congregadora. In: MEDEIROS, A. B.; NEVINS, A. (Org.) O apelo das árvores: estudos em homenagem a Miriam Lemle. Campinas: Pontes, p. 347-75, 2018.

PIRES DE OLIVEIRA, R. A linguística sem Chomsky e o método negativo. ReVEL, v. 8, n. 14, 2010, p. 1-19.

PIRES de OLIVEIRA, R.; QUAREZEMIN, S. 2016. Gramáticas na Escola. Petrópolis: Vozes.

POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1996.

QUAREZEMIN, S.; ILARI, R. “A linguística que aprendi, a linguística que ensinei, a linguística que levaria para a escola”: um diálogo com Rodolfo Ilari. LinguíStica, Rio de Janeiro, 17(2), 2022, p. 194-205.

ROCHA LIMA, C. H. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. ed. 41. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001.

SILVA, G. V. Word order in Brazilian Portuguese. Berlin: Mouton de Gruyter, 2001.

TESCARI NETO, A. Constituência sintática, ambiguidade estrutural e aula de português: o lugar da teoria gramatical no ensino e na formação do professor. Working Papers in Linguistics, v. 18, n. 2, p. 129-52, 2017.

TESCARI NETO, Análise linguística na educação básica com ambiguidade. In: NASCIMENTO, L.; SOUZA, T.C. (Org.). Gramática(s) e discurso(s): ensaios críticos. 1.ed. Campinas: Mercado de Letras, p. 173-206, 2018.

TESCARI NETO, Sintaxe Gerativa: uma introdução à cartografia sintática. Campinas: Editora da UNICAMP, 2021.

TESCARI NETO, A vez da -metalinguagem-: por uma análise sintática -crítica- na educação básica. Revista Linguística, v. 17, p. 206-230, 2022a.

TESCARI NETO, On the Raising of the Finite Main Verb in Angolan Portuguese and in Mozambican Portuguese: Cartographic Hierarchies, Microvariation and the Use of Adverbs as Diagnostics for Movement. Probus, v. 34, n. 1, p. 171-234, 2022b.

TESCARI NETO, A.; PERIGRINO, M. O verbo e o substantivo em livros didáticos: contribuições da gramática gerativa às aulas de português. Revista da Abralin, v. 17, p. 152-91, 2018.

TESCARI NETO, A.; PEREIRA, G. S. Julgamentos de gramaticalidade na pesquisa, no ensino e na extensão popularizando a metodologia da análise gerativa na formação (continuada) de professores. Revista Internacional de Extensão, v. 2, p. 1-10, 2021.

TESCARI NETO, A.; SOUZA DE PAULA, W.M. O lugar das normas gramaticais e das práticas de análise gramatical no ensino básico e na formação dos professores de língua portuguesa no Brasil. Revista Internacional Em Língua Portuguesa, v. 40, p. 93-117, 2021.

TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação - Uma proposta para o ensino de gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1996.

VIEIRA, S. R. Três Eixos para o Ensino de Gramática. In: ___ (Org). Gramática, Variação e Ensino: Diagnose e Propostas Pedagógicas. São Paulo: Blucher, p. 47 -60, 2018.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Cadernos de Estudos Linguísticos

Downloads

Não há dados estatísticos.