Banner Portal
Sentenças clivadas no português brasileiro
PDF

Palavras-chave

Clivadas
Cartografia
Gramaticalização
Concordância

Como Citar

SILVEIRA, Damaris Matias. Sentenças clivadas no português brasileiro: aspectos formais de estruturas focalizadoras à luz do programa cartográfico. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 63, n. 00, p. e021023, 2021. DOI: 10.20396/cel.v63i00.8661297. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8661297. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este artigo visa investigar as propriedades formais das clivadas canônicas do português brasileiro (PB). Tais sentenças são designadas para focalizar constituintes através de movimento A-barra e da presença da cópula e do complementizador para garantir ênfase ao constituinte focalizado. O principal aspecto formal das clivadas são as possibilidades de convergência do verbo ser com outros elementos da sentença em termos de concordância e tempo. O panorama padrão em PB seria a concordância da cópula com o foco e a harmonia temporal entre a mesma e o verbo temático. Por outro lado, o PB – mas não o português europeu (PE) – licencia clivadas que não apresentam tais convergências. Esse fenômeno levou alguns autores a defender que, nesse caso, a cópula está gramaticalizada como um item focalizador, já que estaria na forma invariável é. Forneceremos evidências para postularmos que não há gramaticalização envolvendo a cópula das clivadas do PB e proporemos que as clivadas canônicas possuem sempre uma cópula verbal, que projeta uma estrutura argumental IP, mesmo quando aparenta estar na forma invariável. O mesmo não é verificado nas clivadas é que, que apresentam o foco na posição inicial da sentença, que possuiriam cópula funcional.

https://doi.org/10.20396/cel.v63i00.8661297
PDF

Referências

AMBAR, M. Clefts and tense asymmetries. In: DI SCIULLO A. M. (Ed.). UG and External Systems. Language, brain and computation. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2005. p. 95-127.

BELLETTI, A. Revisiting the CP of clefts. In: GREWENDORF, G.; ZIMMERMANN, T. E. (Ed.). Discourse and Grammar - From Sentence Types to Lexical Categories. Berlin: Mouton de Gruyter, 2012. pp. 91-114.

CINQUE, G. Adverbs and Functional Heads: A Cross-linguistic Perspective. New York: Oxford University Press, 1999.

COSTA, J.; DUARTE, I. Minimizando a Estrutura: Uma Análise Unificada das Construções de Clivagem em Português. In: CORREIA, C.; GONÇALVES, A. (Ed.). Actas do XVI ENAPL. Lisboa: APL/Colibri, 2001. p. 627-638.

COSTA, J.; FIGUEIREDO SILVA, M. C. Nominal and verbal agreemend in Portuguese: An argument for Distributed Mophology. In: COSTA, J.; FIGUEIREDO SILVA, M. C. (Ed.). Studies on Agreement. Amsterdam: John Benjamins, 2006. p. 25-46.

HARTMANN, K.; VEENSTRA, T. Introduction. In: HARTMANN, K.; VEENSTRA, T. (Ed.). Cleft Structures. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2013. p. 1-32.

KATO, M. A. Mudança de ordem e gramaticalização na evolução das estruturas de foco no português brasileiro. Estudos linguísticos, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 375-385, jan./abr., 2009.

KATO, M. A. Estruturas de Focalização no português brasileiro dos séculos XIX e XX. In: CYRINO, S. M.; TORRES-MORAES, M. A. (Org.). Mudança sintática do português brasileiro: perspectiva gerativista. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2018. p. 420-440.

KATO, M. A.; MIOTO, C. A multi-evidence study of European and Brazilian Wh-questions. In: KEPSER, S.; REIS, M. (Ed.). Linguistic evidence: theoretical, quantitative and computational perspectives. 1. ed. Berlin/New York: Mouton De Gruyter, 2005. p.307-328.

KATO, M. A.; M.; RIBEIRO, I. Cleft sentences from Old Portuguese to Modern Brazilian Portuguese. In: DUFTER, A.; JACOB, D. (Org.). Focus and Background in Romance Languages. Amsterdam: John Benjamins, 2009. p. 123-154.

LOBO, M. Assimetrias em construções de clivagem em português: movimento vs geração na base. In: OLIVEIRA, F.; BARBOSA, J. (Org.). Actas do XXI Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística. Lisboa: APL, 2006. p. 457 – 473.

MEILLET, A. L'évolution des formes grammaticales. Scientia (Rivista di Scienza), Paris, Librairie Ancienne Honoré Champion, 12, n. 26, 6, p. 130-148, 1912.

MIOTO, C.; FIGUEIREDO SILVA, M. C. Wh que = Wh é que? DELTA, v.11, n. 2, p. 301-311, 1995.

MODESTO, M. As construções clivadas no português do Brasil: relações entre interpretação focal, movimento sintático e prosódia. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP, 2001.

RIZZI, L. The Fine Structure of the Left Periphery. In: HAEGEMAN, L. (Ed.). Elements of Grammar: A Handbook of Generative Syntax. Dordrecht: Kluwer, 1997. p. 281-337.

RIBEIRO, Ilza. Construções de focalização: Comentários ao texto de Simone Guesser. In NAVES, Rozana Reigota; SALLES, Heloísa (Orgs). Estudos formais da gramática das línguas naturais. Goiânia: Cânone Editorial. 2011, p. 109-122.

ROBERTS, I. Diachronic Syntax. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

ROBERTS, I.; ROUSSOU, A. Syntactic Change. A Minimalist Approach to Grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

SILVEIRA, D. M. Clivadas e pseudo-clivadas na história do português: uma análise diacrônica das estruturas de foco e implicações da gramática V2. 2014. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Unversidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.

SILVEIRA, D. M. A diacronia das clivadas e pseudo-clivadas: implicações da gramática V2 nas estruturas de foco. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, vol. 59, n. 2, p. 267-287, mai./ago. 2017.

SILVEIRA, D. M. Foco e Cartografia: Aspectos Formais das Estruturas Clivadas do Português Brasileiro. 2020. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

TESCARI NETO, A. Verb raising, the impoverishment of the verbal paradigm and the weakening of tense in BP. Revista do GEL, v. 13, p. 75-106, 2016.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Cadernos de Estudos Linguísticos

Downloads

Não há dados estatísticos.