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Fabulações travestis sobre o fim
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Palavras-chave

Arte e temporalidade
Estudos cênicos de gênero
Curadoria do fim

Como Citar

LEAL, Dodi Tavares Borges. Fabulações travestis sobre o fim. Conceição/Conception, Campinas, SP, v. 10, n. 00, p. e021002, 2021. DOI: 10.20396/conce.v10i00.8664035. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conce/article/view/8664035. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Se o tempo cura, qual o tempo da cura? O fim é transitivo ou intransitivo? Quais os traços de uma curadoria de arte temporalizada? O texto aborda, desde a cosmovisão travesti, as interjeições especulativas altamente publicizadas na pandemia do novo coronavírus de “fim do teatro”, “fim do gênero”, “fim da espécie humana” e “fim do mundo” procurando apreender a operatividade econômico-filosófica curatorial do apocalipse e a curabilidade do fim. Pretende-se equacionar o que há no subsolo destes discursos, aventando o modo fabular das transgeneridades no sentido de desarmar os arranjos de comercialização do fim (Krenak, 2019) e de barganhas mercadológicas do luto social (Žižek, 2012). Almeja-se compreender os limites do corpo, da raça, do gênero e da cena para além do dilema da escassez de capital, tendo em vista o alargamento das dimensões cronológicas lineares da branquitude e da cisgeneridade. Notamos, assim, que a artesania espiralar do tempo (Martins, 2002), corresponde à audácia da elaboração do inacabamento inexorável da existência e da estética. Neste sentido, as fabulações travestis sobre o fim trazem para os estudos do futuro inscrições paradigmáticas de tempografias sincopadas, não obsolescentes da arte e da vida.

https://doi.org/10.20396/conce.v10i00.8664035
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