Banner Portal
Monólogos (de)coloniais
PDF

Palavras-chave

Decolonialidade
Dramaturgia brasileira
Artes da cena

Como Citar

BAUMGARTEL, Stephan Arnul; MACIEL, Paulo. Monólogos (de)coloniais: sobre a construção de uma coralidade pluri-versal na dramaturgia brasileira recente. Conceição/Conception, Campinas, SP, v. 12, n. 00, p. e023001, 2023. DOI: 10.20396/conce.v12i00.8671101. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conce/article/view/8671101. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

A partir de uma análise formal-temática de quatro textos teatrais recentes da dramaturgia brasileira (Vaga Carne de Grace Passô, Buraquinhos de Jhonny Salaberg,  Alice Músculo de Francis Madson, Tybyra de Juão Nyn), o artigo busca evidenciar princípios de construção de coralidades textuais que podem ser denominados (de)coloniais. Para situar os textos em relação a contextos (de)cloloniais, partimos do entendimento de que a situação (de)colonial é marcada por uma consciência mestiça cujo marco principal é uma clivagem interna entre ser e estar, entre pertencer a si mesma e pertencer a exterioridades conflitantes. A pluralidade de vozes que surge dessa fratura interna é configurada pelos textos seja como ameaça ao desejo de se entender como moderno, de se entender como parte de uma multidão histórica ou de se entender como parte de um universo marginalizado que enfrenta com as experiências e realidades de um mundo florestal a tempestade arrasadora da monocultura moderna.

https://doi.org/10.20396/conce.v12i00.8671101
PDF

Referências

ANZALDÚA, Glória. Borderlands: the new mestiça – la frontera. San Francisco: Aunt Lute, 1987.

DELEUZE, Gilles. Conversações. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: editora 34, 1992.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs − capitalismo e esquizofrenia, v. 1. Trad. Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. São Paulo: Ed. 34, 1995.

DERRIDA, Jacques. O animal que logo sou (A seguir). Trad. Fábio Landa. São Paulo: Editora Unesp, 2002.

DUSSEL, Enrique. 1492 O encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. (Conferências de Frankfurt). Trad. Jaime A. Clasen. Petrópolis: Vozes, 1993.

DUSSEL, Enrique. Transmodernidade e interculturalidade: interpretação a partir da filosofia da libertação. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 51-70, 2016.

FERDINAND, Malcom. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. Trad. Letícia Mei. São Paulo: Ubu Editora, 2022.

GOMEZ PEÑA, Guillermo. En defensa del performance. Horizontes antropológicos, ano 11, n. 24, p. 199-226, jul.-dez. 2005.

HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Empire. Cambridge/London: Harvard University Press, 2000.

HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multidão. Guerra e democracia na era do império. Rio de Janeiro: Record, 2005.

HOOKS, Bel. Escrever além da raça. Teoria e prática. Trad. Jess Oliveira. São Paulo: Elefante, 2022.

JAMESON, Fredric. Pós-modernidade e sociedade do consumo. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 12, p.16-26, 1985.

KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

LIMA, Jorge de. Invenção de Orfeu. Rio de Janeiro, [s.n.], 1952.

LIMA, Maurinete. Sinhá Rosa. Poemas. São Paulo: Invisíveis Produções, 2017.

LOSCO, Mireille; MÉGEVAND, Martin. Coro/Coralidade. In: SARRAZAC, Jean-Pierre (org). Léxico do drama moderno e contemporâneo. Trad. André Telles. São Paulo: Cosac & Naify, 2012, p. 61-63.

LUGONES, María. Colonialidad y género. Tabula Rasa. Bogotá, n.9, p. 73-101, jul.-dic. 2008.

MADSON, Francis. Alice Músculo. Manuscrito não publicado. Arquivo dos autores. Sem data.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GOMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores/Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos/Pontifica Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 127-168.

MÉGEVAND, Martin. Coralidade. Urdimento, n. 20, 2013, p. 37-39.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado da identidade em política (Dossiê Literatura, língua e identidade). Cadernos de Letras da UFF, n. 34, p. 287-324, 2008.

NYN, Juão. Tybyrya – uma tragédia indígena brasileira. São Paulo: Selo do Burro, 2016.

PASSÔ, Grace. Vaga Carne. Belo Horizonte: Editora Javali, 2018.

PICQ, Manuela L. La colonización de sexualidades indígenas: entre despojo y resistencia. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar, v. 10, n. 1, p. 13-34, jan.-abr. 2020.

SALABERG, Jhonny. Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã. Rio de Janeiro: Cobogó, 2018.

SARRAZAC, Jean-Pierre. Léxico do drama moderno e contemporâneo. São Paulo: Cosac& Naify, 2012.

SARRAZAC, Jean-Pierre. Poética do drama moderno e contemporâneo. Trad Newton Cunha, J. Guinzburg, Sonia Azevedo. São Paulo: Perspectiva, 2017.

SARRAZAC, Jean-Pierre. O outro diálogo: elementos para uma poética do drama moderno e contemporâneo. Lisboa: editora Licorne, s/data.

TRIAU, Christophe. Coralidade difratadas: a comunidade em negativo. Alternatives Théâtrales, n. 76-77, p.5-, 2003.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísica canibais. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Conceição/Conception

Downloads

Não há dados estatísticos.