Resumo
Introdução: Trata-se um estudo transversal, descritivo-exploratório utilizando a amostragem não probabilística, do tipo snowball sampling. Objetivo: compreender se existe um afastamento da criança em relação ao brincar na rua, sob a ótica de pais ou responsáveis; elencar quais são os motivos que levam a esse distanciamento; e analisar se os motivos são os mesmos para as crianças que estudam em escolas públicas e escolas privadas. Metodologia: Participaram do estudo 112 pais responsáveis por 124 crianças, dentre as quais 25 estudam em escolas públicas e 99 em escolas da rede privada de ensino. Resultados e discussão: Os dados obtidos apontam que na percepção dos pais as crianças não brincam na rua (62%), tendo como principais motivos a preocupação com o trânsito e com a segurança das crianças e a falta de tempo devido a muitas atividades extraclasse para as crianças das escolas privadas e escolas públicas. Adicionalmente, entre os escolares em instituições públicas, a falta de estrutura da rua também figurar como motivo. Conclusão: Com a análise dos dados é possível inferir que o afastamento da criança da rua está relacionado principalmente aos receios dos pais, muitas vezes fundamentados na possibilidade da existência de um problema, nem sempre próximo a eles.
Referências
AALVES, Julian Marcio dos Santos; ZAIM-DE-MELO, Rogério; RIZZO, Deyvid Tenner de Souza. Uma pipa no céu, uma criança correndo, a brincadeira mais popular de Corumbá- MS. Lúdica Pedagógica, n. 30, 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/344038821_A_kite_in_the_sky_a_child_running_the_MOST_POPULAR_GAME_OF_CORUMBA-MS. Acesso em: 24 jan. 2024.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade Rio de Janeiro, RJ: JorgeZahar, 1998. 276p.
BEY caseiro de catraca finalmente!! fácil de fazer!!. [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (9 min). Publicado pelo Canal do Luca. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z73VVm21piw. Acesso em: 24 jan. 2024.
BRASIL. Casa Civil. Lei n° 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm. Acesso em: 24 jan. 24.
CANASSA, Luciana Maria Rinaldini. Infância, TIC e brincadeiras: um estudo na visão de profissionais da educação infantil: desafios da geração homo zappiens. 95f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2013. Disponível em: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/handle/tede/887. Acesso em: 24 jan. 2024.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 1. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2011.
FREIRE, João Batista. O jogo entre o riso e o choro. Campinas: Editores Associados, 2005.
FREIRE, João Batista. O jogo de bola na escola: introdução à pedagogia da rua. Autores Associados, 2022.
FREIRE, João Batista. O jogo: entre o riso e o choro. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2005.
GODOY, Luís Bruno de; LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José. Do macro ao micro jogo: os vários jogos que compõem o jogo. Motrivivência, v. 34, n. 65, p. 1-22, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/87101/51519. Acesso em:
GODOY, Luís Bruno de. O jogo enquanto um emaranhado rizomático: devindo jogadores- artistas. 2023. Tese (Doutorado em Educação Física e Sociedade) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2023.
GODOY, Luís Bruno de; SILVA, Luis Felipe Nogueira; FABIANI, Débora Jaqueline Farias; SCAGLIA, Alcides José. Reflexões sobre o brincar na sociedade contemporânea. Revista Lúdicamente, v. 10, n. 20, 2021. Buenos Aires. Disponível em: https://publicaciones.sociales.uba.ar/index.php/ludicamente/article/view/7466/6284. Acesso em:
HABOWSKI, Adilson Cristiano; RATTO, Cleber. Cuidado! As crianças estão em risco: a periculosidade no brincar digital. Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, v. 16, n. 35, p. e18880, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufs.br/revtee/article/view/18880/14798. Acesso em: 16 jan. 2024.
HANDCOCK, Mark Stephen; GILE, Krista Jennifer. On the concept of snowball sampling. Sociological Methodology, v. 41, n. 1, p. 367-371, 2011. Disponível em: https://arxiv.org/pdf/1108.0301. Acesso em: 24 jan. 2024.
KISHIMOTO, Tizuko Morshida. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis; Vozes, 1993. 128p.
LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre a experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
BURGUÉS, Pere Lavega. Juegos y deportes populares tradicionales. Barcelona: INDE, 2000.
MARIN, Elizara Carolina; RIBAS, João Francisco Magno. Jogo tradicional e cultura. Santa Maria: Ed. UFSM 2013.
MARQUES, Alcione. A parentalidade excessiva e as implicações na aprendizagem. Constr. psicopedag, São Paulo, v. 23, n. 24, p. 41-51, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542015000100004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 22 jan. 2024.
MELO, Marília Soares de; GOLIN, Carlo Henrique; ZAIM-DE-MELO, Rogério. Acultura lúdica corumbaense expressada por diferentes gerações de uma mesma família. Geo Pantanal, 2021, v. 16, n. 31, p. 95-105. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/revgeo/article/view/15587. Acesso em: 19 jan. 24.
POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.
SCAGLIA, Alcides José; FREIRE, João Batista. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
THOMAS, Jerry; NELSON, Jack; SILVERMAN, Stephen. Métodos de pesquisa em atividade física. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
WENETZ, Ileana. As crianças ausentes na rua e nas praças: etnografia dos espaços vazios. Civitas – Revista de Ciências Sociais, v. 13, n. 2, p. 346. 2014. EDIPUCRS. Disponível em: https://www.scielo.br/j/civitas/a/G4h3KBRgdL6D68SYRYSDYQB/#. Acesso em: 24 jan. 2024.
ZAIM-DE-MELO, Rogério; SCAGLIA, Alcides José. Memórias crianceiras: a infância pantaneira em meados do Século XX. Revista Temas em Educação, João Pessoa - PB, v. 31, n. 1, p. 41-60, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/62408. Acesso em: 24 jan. 2024.
ZAIM-DE-MELO, Rogério; ALVES, Elielson Felipe Rodrigues; FABIANI, Débora Jaqueline Farias; SANDOVAL, Gabriel Orenga; SILVA, Luis Felipe Nogueira da; GODOY, Luis Bruno de; SCAGLIA, Alcides Jose. “Aprendi jogar bolita com meu irmão!”: Saberes e vivências de crianças do ensino fundamental acerca de brincadeiras tradicionais brasileiras. Retos: nuevas tendencias en educación física, deporte y recreación, n. 49, p. 775-781, 2023. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/371755548_Aprendi_jogar_bolita_com_meu_irmao_Saberes_e_vivencias_de_criancas_do_ensino_fundamental_acerca_de_brincadeiras_tradicionais_brasileiras. Acesso em: 24 jan. 2024.
ZAIM-DE-MELO, Rogério; GOLIN, Carlo Henrique. Entre o tradicional e o eletrônico: os jogos e brincadeiras de estudantes em Corumbá-MS. In: LINHARES, W.L.(Ed.). Ciências do esporte e educação física: uma nova agenda para a emancipação. Ponta Grossa: Atena, 2019. p. 69-75.
ZIMMERMANN, Ana Cristina. O jogo: sobre encontro e tradições. In: ZIMMERMANN, Ana Cristina; SAURA, Soraia Chung. Jogos Tradicionais. São Paulo: Pirata, 2014.
ZIMMERMANN, Ana Cristina. Jogos tradicionais: experimentação de diferentes lógicas, formas de ser e conhecer. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, 2021, v. 13, p. 55-72. Disponível em: https://www.sescsp.org.br/wp-content/uploads/2021/12/Jogos-tradicionais-experimentac%CC%A7a%CC%83o-de-diferentes-lo%CC%81gicas-formas-de-ser-e-conhecer-Ana-Cristina-Zimmermann.pdf. Acesso em: 24 jan. 2024.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Conexões