Resumo
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre os usos do livro didático no ensino de história, relacionando questões vivenciadas pelos professores, políticas voltadas para o livro didático, metodologias de ensino-aprendizagem, currículo oficial, ilustrações e novas tecnologias. Inicialmente o livro didático é abordado como um instrumento de reprodução de ideias e valores da cultura dominante, pontuando o papel do professor na construção e desconstrução de identidades e sujeitos. Em seguida, a relação poder e saber é questionada através de reflexões sobre as políticas públicas e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Adiante, destaca-se a importância de uma análise crítica da iconografia disponibilizada nesses materiais, em especial, às representações pejorativas presentes nas imagens relacionadas aos povos negros e indígenas. Por fim, trata-se da sobrevivência do livro didático mediante o surgimento de novas tecnologias, ressaltando a necessidade de novas metodologias, decorrentes de novos instrumentos. Temos, portanto o professor como responsável por estabelecer o diálogo entre o livro didático e as múltiplas questões do meio externo a fim de transformar alunos em cidadãos críticos e socialmente atuantes.
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