Resumo
Este artigo problematiza as escolas noturnas para adultos trabalhadores na província da Bahia, no período de 1870 a 1888, enquanto parte da escolarização empreendida entre o ano da criação do Conselho de Instrução Pública pela lei 172 de 25 de maio de 1842 e o ano de 1888, da Abolição da escravidão, que juridicamente estabeleceu novas formas de trabalho na sociedade. A vertente teórico-metodológica utilizada é uma História Social da Educação com abordagem micro-histórica dos sujeitos. Enfoca evidências sobre diversas aulas e casas de educação da província baiana cujos registros ainda são acessíveis. O critério metodológico foi articular um variado corpus de fontes como ofícios de diversos sujeitos da instrução pública baiana- pais, mestres, inspetores- e fontes oficiais da Diretoria Geral de Instrução Pública como regulamentos de ensino, relatórios de presidentes da província, relatórios de diretores de ensino, relatórios de diretores da Instrução Pública, mapas e quadros estatísticos de professores a um contexto/ processo específico vivido pela sociedade brasileira/baiana – o débâcle do escravismo em consonância com a crescente preocupação com a formação de um novo trabalhador a partir do categorizado como elemento nacional.
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