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Imagens da mulher na ciência e na ficção de Afrânio Peixoto: a esfinge e elementos medicina legal em debate
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Palavras-chave

Afrânio Peixoto. Educação da mulher. Literatura. Criminologia

Como Citar

SILVA, Maria Lourdes; MOREIRA, Helena Maria Alves. Imagens da mulher na ciência e na ficção de Afrânio Peixoto: a esfinge e elementos medicina legal em debate. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 16, n. 68, p. 305–322, 2016. DOI: 10.20396/rho.v16i68.8646498. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8646498. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho analisa as formas como a mulher é apresentada em duas obras de Afrânio Peixoto (1876-1947) escritas entre 1910-1: o romance A Esfinge e o manual didático, Elementos de Medicina Legal. Os contemporâneos do médico baiano costumavam aclamar sua competência profissional e inteligência solicitando circulação e adesão do polígrafo à rede institucional constitutiva do aparato administrativo estatal, corporativo ou editorial, aos quais Afrânio selava alinhamento através de sua obra escrita. A educação da mulher, o seu lugar na sociedade e os papeis a ela cabíveis são temas que ocupam o autor e filtro de nossa investigação nas obras citadas. Formado na tradição da ciência criminológica do final do século XIX e início do XX, a relevância do presente trabalho está em refletir sobre como a literatura “peixotiana” traz à cena as teorias eugenistas e os preconceitos sociais pelas caracterizações de suas personagens, forçando-nos a repensar a genialidade atribuída ao autor e os limites entre a poética literária e a escrita científica em sua obra. Como resultado desse estudo, indicamos as imprecisões entre ciência e moral no pensamento do autor, o que acarreta manutenção de explicações organicistas justificando o lugar da mulher na sociedade.

https://doi.org/10.20396/rho.v16i68.8646498
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