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Escola nova, instrumentos tradicionais: a produção didática de Manoel Bersgtröm Lourenço Filho em discussão
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Palavras-chave

Manual didático. Escola nova. Lourenço Filho. Série de Leitura Graduada Pedrinho.

Como Citar

LANCILLOTTI, Samira Saad Pulchério. Escola nova, instrumentos tradicionais: a produção didática de Manoel Bersgtröm Lourenço Filho em discussão. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 17, n. 1, p. 77–92, 2017. DOI: 10.20396/rho.v17i71.8649860. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8649860. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo discutir a divergência entre a produção didática de Manoel Bersgtröm Lourenço Filho e sua reflexão sobre educação escolar, alicerçada no ideário escolanovista. Toma por objeto a Série de Leitura Graduada 'Pedrinho' e os Guias do Mestre correspondentes. A análise fundamenta-se nas teorizações marxianas sobre o trabalho e em autores que analisam a escola moderna a partir dessa categoria. Foram consultadas fontes clássicas e historiográficas vinculadas à questão em estudo. Parte-se do reconhecimento de que Comenius propôs a organização ideal para a expansão da escola moderna, quando a equiparou às manufaturas de seu tempo, o que está consubstanciado na obra Didáctica Magna, publicada em 1657. A possibilidade de universalização da escola  assentou-se na sua proposição de livros didáticos, instrumentos prescritivos e homogêneos que permitiram o atendimento coletivo e simultâneo de um grande quantitativo de alunos por um único professor. Apesar de ter estabelecido críticas às práticas educativas uniformes e diretivas da escola tradicional, Lourenço Filho produziu livros didáticos marcados por essas mesmas características. É preciso ter em conta que essa parcela da produção do autor tinha em vista a educação pública, de massa, sobre uma base material que não permite conciliar expansão do ensino com sua individualização.

https://doi.org/10.20396/rho.v17i71.8649860
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