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“Porque nenhum deus têm certo”
Créditos da imagem: Pixabay
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Palavras-chave

Indígenas
Memória coletiva
Companhia de Jesus
Brasil colônia

Como Citar

SILVEIRA, Camila Nunes Duarte; ALMEIDA, Maria Cleidiana Oliveira de; CASIMIRO, Ana Palmira Bittencourt Santos. “Porque nenhum deus têm certo”: manifestações religiosas ameríndias e memória coletiva na américa portuguesa (século XVI). Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 22, n. 00, p. e022042, 2022. DOI: 10.20396/rho.v22i00.8660438. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8660438. Acesso em: 27 jul. 2024.

Resumo

A fim de melhor estabelecer uma relação entre a memória coletiva e as manifestações religiosas dos povos indígenas da América Portuguesa no século XVI, esta pesquisa teve como objetivo analisar, a partir dos relatos das cartas jesuíticas, as concepções de religião entendidas pelos missionários europeus e as manifestações religiosas dos grupos indígenas, em especial, dos povos Tupinambá, fortemente subsidiadas pela memória coletiva grupal. Por tratar-se de uma pesquisa histórico-documental, foram analisados alguns dos documentos coloniais do mencionado período, a exemplo das cartas jesuíticas da Monumenta Brasiliae (1538-1563), organizadas por Serafim Leite, e da coleção das cartas jesuíticas organizadas pela editora da Universidade de São Paulo (1988), além de escritos coloniais dos cronistas contemporâneos: Jean de Léry (2007), Hans Staden (2008), Fernão Cardim (1980), dentre outros. No que concerne aos estudos sobre memória, usou-se os conceitos de memória coletiva apresentados por Jacques Le Goff (2012) e Leroi-Gourhan (2002). Como método de abordagem, foram utilizadas as categorias dialéticas, uma vez que, ao analisar o contexto colonial da América Portuguesa no período em questão, é imprescindível considerar as relações das partes com a totalidade. Os estudos apontaram que, embora tentassem negar a presença de uma religião entre os indígenas, a organização social do grupo mantinha uma forte relação com elementos místicos, e a memória coletiva era o fio condutor que mantinha viva a busca pelo “bom lugar”. 

https://doi.org/10.20396/rho.v22i00.8660438
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