Resumo
Este escrito examina as relações entre globalização, trabalho e formação humana centrandosua atenção na compreensão das mudanças em curso no capitalismo e suas mediações comos processos constitutivos das práticas escolares formativas do indivíduo. Parte-se doentendimento da Instituição Escolar como instituição social: (a) produto e produtora dosconflitos e antagonismos subjacentes às práticas sociais centradas na relação Capital –Trabalho Assalariado – Propriedade Privada; (b) que se objetiva nas múltiplas mediaçõesentre Sociedade e Estado; (c) cuja investigação deve relevar sua objetividade social postahistoricamente no contexto das formas e dos tempos da sociedade capitalista e (d) quematerializa uma das múltiplas dimensões da reprodução social, com práticas formativasespecíficas em seus diversos níveis, cotidianamente realizadas por meio de processos degestão, ensino, avaliação, em suma, das políticas educacionais e da produção específica dacultura escolar. Ponderamos que o complexo social educação, objetiva a constituição dosujeito em determinado momento histórico, por isso, há que se estudar como se organizatal complexo, mas também, qual é a racionalidade do processo de socialização que dá ocurso do movimento desse complexo e de suas mediações com a totalidade dos complexossociais. Em outros termos, entendida em seu significado mais amplo, a educação buscaconstituir o sujeito para o momento histórico em curso. Partimos do suposto de que talenfoque contribuiria para pôr em debate o que se tem proposto para a educação nos seusmais diversos matizes e para a ampliação do entendimento que se tem das complexasrelações entre trabalho, formação humana e educação escolar com suas derivações nosprocessos de produção/apropriação de conhecimento e de institucionalização das práticasformativas.Referências
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