Banner Portal
Reflexões sobre concepções de professores acerca das finalidades da educação infantil
PDF (Português (Brasil))

Keywords

Educação infantil. Políticas públicas. Formação de professores

How to Cite

LUCAS, Maria Angélica Olivo Francisco. Reflexões sobre concepções de professores acerca das finalidades da educação infantil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 10, n. 38, p. 237–247, 2012. DOI: 10.20396/rho.v10i38.8639702. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639702. Acesso em: 30 jun. 2024.

Abstract

Neste artigo apresentamos algumas reflexões sobre concepções de professores acerca dasfinalidades da educação infantil. Para tanto, primeiramente apresentamos ao leitor asfinalidades conferidas à educação infantil pelos principais documentos oficiais produzidosnas últimas três décadas no Brasil. Recorremos à periodização feita por Rosemberg (2003)que dividiu a história da educação infantil brasileira contemporânea em três períodos. Oprimeiro corresponde à implantação de um modelo de educação infantil com forte marcacompensatória em decorrência da influência do UNICEF e da UNESCO. O segundoperíodo contou com intensa participação da sociedade civil na discussão dos direitos dacriança, presentes na Constituição Federal (1988), no ECA (1990) e no PNEI (1994). Oterceiro é marcado pela influência do Banco Mundial nas políticas educacionais. Nelevimos a atual LDB (1996), o RCNEI (1998), as DCNEI (1999) e o PNE (2001) seremdiscutidos e aprovados. Subsidiados pelo conteúdo destes documentos analisamos asdefinições elaboradas por professoras de educação infantil para as finalidades deste nívelde ensino. Verificamos que elas se referiram com desembaraço ao cuidar e educar comofunção da educação das crianças pequenas. Contudo, a afinidade com tais termos nãosignificou compreensão do caráter complementar existente entre eles. A associação dessafinalidade com outras funções e a superficialidade das respostas indicaram que talexpressão foi apropriada pelas professoras sem o entendimento de seu real significado.Considerando que os sujeitos da pesquisa eram professores com formação além da exigidapela atual LDB e considerável experiência profissional, concluímos não ser necessárioapenas insistir na importância da formação inicial, nem apenas investir na formaçãocontinuada desses profissionais, mas, sobretudo, encontrar outros modelos de formaçãoque pautem pela sistematicidade e intencionalidade inerentes à ação pedagógica e comgrau de profundidade que permita compreendes as questões ora apontadas e políticaspúblicas comprometidas com esse outro tipo de formação.
https://doi.org/10.20396/rho.v10i38.8639702
PDF (Português (Brasil))

References

ABRAMOVAY, Miriam; KRAMER, Sonia. “O rei está nu”: um debate sobre as funções da pré-escola. Cadernos CEDES, São Paulo, Cortez, n. 9, p. 27-38, 1984.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Lei n. 8.069 de 13 julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União, Brasília. 16 jul. 1990.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Departamento de Políticas Educacionais. Coordenação Geral de Educação Infantil. Política Nacional de Educação Infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/DPE/COEDI, 1994.

BRASIL. Lei n. 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, DF: MEC/SEF/COEDI, 1998.

BRASIL. Parecer CEB n. 22/98. Resolução CEB n.1, 7 de abril de 1999. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF: CNE/CEB, 1999.

BRASIL. Plano Nacional de Educação/apresentado por Ivan Valente. Rio de Janeiro, DP&A, 2001.

CAMPOS, Maria Malta. A legislação, as políticas nacionais de educação infantil e a realidade: desencontros e desafios. In: MACHADO, Maria Lucia A. (Org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2002. p. 27-33.

CERISARA, Ana Beatriz. A produção acadêmica na área da educação infantil a partir da análise de pareceres sobre o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil: primeiras aproximações. In: FARIA, Ana Lúcia Goulart de; PALARES, Marina Silveira (Orgs.). Educação infantil pós-LDB: rumos e desafios. Campinas, Autores Associados FE/UNICAMP; São Carlos, Editora da UFSCar; Florianópolis, Editora da UFSC, 2000. p. 19-49.

KRAMER, Sonia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1987.

KUHLMANN JÚNIOR, Moysés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.

LUCAS, Maria Angélica Olivo Francisco. Os processos de alfabetização e letramento na educação infantil: contribuições teóricas e concepções de professores. Tese. 2008, 322f. (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, 2009.

MUNERATO, Rita Virgínia Salles. Educação infantil: políticas públicas na década de 80. Bauru: EDUS, 2001.

RESEMBERG, Fúlvia. Do embate para o debate: educação e assistência no campo da educação infantil. MACHADO, Maria Lucia A. (Org.). Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez, 2002. p. 63-78.

RESEMBERG, Fúlvia. Panorama da educação infantil brasileira contemporânea. In: Simpósio Educação Infantil: construindo o presente. Brasília, Anais... Brasília: UNESCO, 2003. p. 33-81.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

Revista HISTEDBR On-line utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Download data is not yet available.