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O ensino profissionalizante no contexto da reestruturação da educação a partir da década de 1990 no Brasil
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Palavras-chave

Ensino profissionalizante. Trabalho. Educação

Como Citar

REGO, Thaís Cristina Figueiredo; PREVITALI, Fabiane Santana; FAGIANI, Cílson Cesar; FRANÇA, Robson Luís de. O ensino profissionalizante no contexto da reestruturação da educação a partir da década de 1990 no Brasil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 13, n. 49, p. 210–230, 2013. DOI: 10.20396/rho.v13i49.8640329. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640329. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

O artigo discute as relações entre trabalho e educação no ensino médio profissionalizante na medida em que foca a problemática da formação profissional e as demandas de qualificação para o mercado de trabalho no Brasil do século XXI. Busca-se problematizar os alcances e limites dessa modalidade de ensino no país face ao desemprego crescente e à demanda do mercado por profissionais mais qualificados. Faz-se um resgate histórico do processo de transformações estruturais do capitalismo e sua influência nas formas de organização técnica da produção e os desafios colocados à educação no intuito de investigar e identificar seus impactos na formação profissional dos sujeitos sociais envolvidos nesse processo. A metodologia utilizada refere-se à revisão de literatura e análise documental, tomando-se como referência a década de 1990, quando acentuam-se as reformas educacionais de caráter neoliberal no Brasil. Foram coletados dados no Censo Escolar 2010 e na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios realizada pelo IBGE 2007, que aborda os aspectos complementares da Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional. Os resultados e conclusões apresentadas, ainda parciais, apontam que os cursos profissionalizantes tendem a formar fundamentalmente para atender demandas específicas do mercado de trabalho, as quais mudam rapidamente em função das inovações tecnológicas e, embora representem um montante significativo dos investimentos públicos em educação, não têm se traduzido em emprego efetivo em sua área de qualificação para essa parcela da classe trabalhadora alvo de políticas públicas.

https://doi.org/10.20396/rho.v13i49.8640329
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