Resumo
Este artigo analisa historicamente como o ensino de Filosofia ingressou no contexto acadêmico brasileiro, a partir de um projeto político-pedagógico da Igreja Católica Apostólica Romana, criado no século XVI e que permaneceu até o século XX. Este ensino fez parte de uma estratégia educativa da Igreja para revitalizar a sua doutrina. Analisamos o tipo de concepção filosófica que embasou o ensino de Filosofia no contexto educacional brasileiro; uma concepção que tinha como parâmetro principal a interpretação tomista, segundo a escolástica portuguesa. Constatamos que a filosofia cultivada nos ginásios, liceus e faculdades até o século XX continuava predominantemente aristotélico-tomista. De acordo com os intelectuais da Igreja católica, a Filosofia deveria se ocupar da certeza, unidade e extensão do saber, mas a unidade e a certeza somente poderiam ser alcançadas por meio da filosofia aristotélico–tomista.
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