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Ressignificação da educação rural na experiência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Paraná: o caso das escolas itinerantes
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Palavras-chave

Ressignificação de política de educação rural. MST Brasil. Escolas Itinerantes. Estado do Paraná.

Como Citar

JUNGEMANN, Beate; NOGUEIRA, Francis Guimarães. Ressignificação da educação rural na experiência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Paraná: o caso das escolas itinerantes. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 16, n. 68, p. 371–385, 2016. DOI: 10.20396/rho.v16i68.8643872. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8643872. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil luta por uma educação escolar autônoma, articulada à luta por uma Reforma Agrária Popular. As Escolas Itinerantes são a expressão do processo de ressignificação da escola rural mediante as práticas políticas desde sua criação em acampamentos no Estado do Paraná. Representam um avanço importante na materialização de outra concepção educacional em construção a partir da vida concreta das comunidades organizadas nas terras ocupadas. As negociações com o Estado do Paraná pela legalização das Escolas Itinerantes e a aceitação de seu Projeto Político Pedagógico significam uma conquista de suas reivindicações pelo direito a uma educação do campo autônoma. Ao mesmo tempo, implicam o começo de um controle burocrático-legal por parte do poder público estatal, que aumenta com a transição do acampamento para o assentamento. Nesse processo transitório, as Escolas Itinerantes se convertem em escolas públicas estaduais e municipais criando novos desafios para o MST, devido à  problemática da ressignificação da escola rural em escola do campo.

https://doi.org/10.20396/rho.v16i68.8643872
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