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Crítica às políticas de (con)formação docente em educação especial/inclusiva no Brasil
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Palavras-chave

Política educacional. Formação de professores. Educação especial/inclusiva. Pedagogia histórico-crítica. Psicologia histórico-cultural.

Como Citar

SANTOS, Ivone Rodrigues dos; SILVA, Régis Henrique dos Reis. Crítica às políticas de (con)formação docente em educação especial/inclusiva no Brasil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 17, n. 3, p. 906–924, 2017. DOI: 10.20396/rho.v17i3.8650918. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8650918. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este texto examina as (im)possibilidades que a Política Educacional aponta para a (con)formação de professores que atuam no campo da Educação Especial/Inclusiva no Brasil. Para tanto, discute as implicações e recomendações que o contexto neoliberal delineia para o campo da produção do conhecimento, ressaltando que, ao ser orientado por uma pedagogia de base produtivista, as políticas de formação de professores apresentam ênfase em estratégias e metodologias esvaziadas de caráter formativo, utilizando-se de mecanismos e procedimentos utilitaristas que visam (con)formar os profissionais aos interesses capitalistas. Tal estratégia gera, além da precarização do trabalho docente, alienação, empobrecimento e esvaziamento de si e do educando. Consubstanciado nos pressupostos teóricos da pedagogia histórico-crítica e da psicologia histórico-cultural, concluímos que a formação profissional do ser humano deve ser fundamentada por um direcionamento teórico-prático que o permita perceber o processo e compreender-se como constituinte dele, de forma que, mesmo inserido em relações alienadas, consiga abolir os entraves que a forma de organização social capitalista vem impondo ao seu desenvolvimento e a sua formação plenamente livre e universal. 

https://doi.org/10.20396/rho.v17i3.8650918
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