Resumen
O presente artigo, de natureza ensaística, procura problematizar a utilização do conceito de currículo oculto, relacionando-o às discussões alusivas ao termo ideologia. Nesse sentido, reconhece, em primeiro lugar, que essa dimensão do currículo define-se pelas aprendizagens sociais consideradas relevantes e que configuram-se como necessárias à manutenção do sistema capitalista. A partir desse reconhecimento, apresenta as potencialidades e limites do currículo oculto, especialmente no que tange às relações entre educação e trabalho e com vistas às suas relações com o conceito de ideologia. Segue problematizando o engessamento que o currículo oculto causa quando é utilizado como artefato explicativo da realidade social, uma vez que nega o caráter contraditório da sociedade capitalista ao enfatizar, somente, o movimento de reprodução das desigualdades sociais. O texto finaliza apostando no potencial da Pedagogia Histórico-Crítica como um caminho mais fecundo não só para a problematização teórica da realidade, mas como arcabouço que permite a organização de elementos teórico-práticos da vida social.
Citas
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