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Professor(a): a profissão que pode mudar um país?
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Palavras-chave

Política educacional – 1990-2014. Formação docente. Organizações Multilaterais

Como Citar

EVANGELISTA, Olinda; TRICHES, Jocemara. Professor(a): a profissão que pode mudar um país?. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 15, n. 65, p. 178–200, 2015. DOI: 10.20396/rho.v15i65.8642704. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8642704. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este artigo resulta de pesquisas em andamento que tratam das atuais políticas de formação docente para a Educação Básica no país. Procuramos demonstrar, mediante análise de documentos do Estado e de Organizações Multilaterais ou de seus intelectuais, o ideário disseminado e como tem sido construído o consenso em torno da responsabilização do professor pelo futuro do Brasil, traduzido como desenvolvimento econômico e social no horizonte capitalista. Tal intento compõe um conjunto de políticas educacionais consolidadas a partir da década de 1990, articuladas à reestruturação produtiva tendo em vista capturar a subjetividade e o exercício profissional do professor. O slogan “Seja um professor!”, construído pelo Estado, integra um discurso emblemático e ideológico. Duas de suas faces são examinadas: de um lado, enaltece o docente e o responsabiliza pela ascensão social dos alunos e, de outro, articula seu desprestígio via discursos denegridores e sua desqualificação por meio de programas formativos aligeirados e pragmáticos. Concluímos que a demanda oficial é irrealizável, posto que os problemas nacionais não se originam na esfera de atuação do professor, muito menos sua solução.

https://doi.org/10.20396/rho.v15i65.8642704
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