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O SENAI e a educação profissionalizante no Brasil
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Palavras-chave

SENAI. Educação profissionalizante. Educação e Trabalho

Como Citar

MÜLLER, Meire Terezinha. O SENAI e a educação profissionalizante no Brasil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 10, n. 40, p. 189–211, 2012. DOI: 10.20396/rho.v10i40.8639814. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639814. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo discorre sobre a criação do SENAI no Brasil em 1942, após muitas outras iniciativas públicas e privadas de formação profissional voltadas a crianças e jovens. A questão da profissionalização no país é um tema bastante caro aos governantes, que remonta à chegada da Família Real em 1808. A abertura de cursos de formação de ofícios foi uma das primeiras ações do Príncipe Regente em terras brasileiras, o que comprova que a formação profissional - desde sua gênese destinada às massas - sempre serviu para prover ou manter o conforto das elites que puderam optar pela educação intelectual, dualismo que permeia nosso sistema educacional ainda hoje. O panorama econômico, político e social que levou à criação do SENAI em 1942 mostra que, atrelada à necessidade de se reproduzir operários para o parque industrial brasileiro cada vez maior a partir de 1930, a formação profissionalizante carrega em seu bojo toda uma estrutura hierarquizada, constituindo-se a fábrica num microcosmo social, no qual se reproduzem as condições de dominação e subordinação, de repressão, obediência, resistência e luta de classes.

https://doi.org/10.20396/rho.v10i40.8639814
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Referências

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