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Entre enxadas e máquinas: ensino agrícola, trabalho, tradição e modernização na agricultura
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Palavras-chave

História do ensino agrícola. Modernização da agricultura. Tradição na agricultura. Escolarização

Como Citar

VERSIEUX, Daniela Pereira; GONÇALVES, Irlen Antônio. Entre enxadas e máquinas: ensino agrícola, trabalho, tradição e modernização na agricultura. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 12, n. 45, p. 223–240, 2012. DOI: 10.20396/rho.v12i45.8640146. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8640146. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo tem como objeto de estudo o ensino agrícola pensado, planejado e executado pelo Estado de Minas Gerais nas duas primeiras décadas republicanas. Constituem nossos objetivos explicitar a relação existente entre o ensino agrícola, a agricultura e a instalação em Minas Gerais de uma modernidade capitalista; e compreender como o ensino agrícola fez parte do processo de modernização pelo qual passava a sociedade mineira do início da República, inserindo-se nos esforços que as elites condutoras do Estado empreenderam para subjugar a “rotina” ou a tradição que imperava na lida agrária, com vistas à modernização do campo. Utilizamos como categorias de análise: escolarização, modernidade, modernização e tradição; além do ensino agrícola como categoria histórica. A partir da leitura de algumas fontes primárias e de um profícuo diálogo com a literatura pudemos inferir que o ensino agrícola contribuiu para a modernização agrícola ao impor um determinado modo de fazer agricultura, substituindo práticas, métodos, conhecimentos e instrumentos tradicionais pelos modernos métodos agrícolas, retirando dos trabalhadores a possibilidade de uma sobrevivência autônoma e imprimindo ao processo modernizador um caráter de expropriação.

https://doi.org/10.20396/rho.v12i45.8640146
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