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O ativismo de rappers e o “progresso intelectual de massa”: uma leitura gramsciana do rap no Brasil
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Palavras-chave

Educação não formal. Formação política. Periferia. Hip-Hop. Rap.

Como Citar

LOUREIRO, Bráulio. O ativismo de rappers e o “progresso intelectual de massa”: uma leitura gramsciana do rap no Brasil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 17, n. 2, p. 419–447, 2017. DOI: 10.20396/rho.v17i2.8645849. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8645849. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Rappers são compositores e cantores do gênero musical rap. Não raramente, esses artistas extrapolam as fronteiras da música e se dedicam a atividades assistenciais, culturais e políticas direcionadas às populações de seus bairros e da periferia urbana em geral. Este artigo pretende resgatar e apresentar um conjunto de informações a respeito da prática política, da concepção de mundo e da formação política de seis conhecidos rappers ativistas brasileiros. Por meio do material reunido a partir de letras musicais e depoimentos registrados em sites, revistas e documentários, busco sustentar que a ação política e a forma pela qual se educaram faz com que os rappers ativistas apareçam, em determinadas circunstâncias, como educadores da periferia, na direção do papel que Antonio Gramsci conferiu aos intelectuais no processo que chamou de “progresso intelectual de massa”. 

https://doi.org/10.20396/rho.v17i2.8645849
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