Resumo
O artigo desenvolve uma reflexão a partir de um problema observado na curadoria da 33ª Bienal de São Paulo: o fato de ter evitado uma intervenção curatorial e, assim, ter deixado de articular as diferentes exposições por meio de uma montagem expográfica que explorasse o conjunto, resultou em mostras isoladas sem esforço de conexão. Para o autor, se por um lado essa retirada buscava liberar as obras do aprisionamento temático, por outro lado foi uma forma de simplificar questões complexas. Tendo em conta o papel constitutivo da curadoria na articulação das obras à sua condição experencial e expositiva, e situando-se no debate do campo relacional entre curadoria e crítica, o artigo coloca em discussão questões referentes à pretensa e deliberada neutralização da função curatorial nesta Bienal. O argumento do autor é que o gesto curatorial não deve ser evitado, mas assumido como um risco necessário e um agenciamento decisivo na construção das exposições e da história da arte.
Referências
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