O desenho e seus tempos
PDF

Palavras-chave

Abel Rodríguez
Uaira Uaua
Desenho
Inconsciente/espiritual
Armadilha.

Como Citar

LOTIERZO, Tatiana. O desenho e seus tempos: Iimitya, de Abel Rodríguez. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 8, n. 2, p. 360–401, 2024. DOI: 10.20396/modos.v8i2.8674890. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/mod/article/view/8674890. Acesso em: 3 jul. 2024.

Dados de financiamento

Resumo

Este artigo relata uma visita que fiz com o artista inga Uaira Uaua à exposição Iimitya (2016), do artista nonuya Abel Rodríguez, na galeria Flora Ars+Natura, em Bogotá (Colômbia). Procuro apresentar os entendimentos diferentes de Uaira Uaua e da curadoria branca sobre os desenhos de Abel, e propor uma breve reflexão sobre as noções de “desenho”, “inconsciente”/“espiritual” e “armadilha”. Incorporo, ao final, reflexões sobre como a antropologia tem estado presente, de alguma maneira, nas exposições de Abel e que efeitos essa presença pode ter.

https://doi.org/10.20396/modos.v8i2.8674890
PDF

Referências

ANDRADE, J. O Peixe. Cargo Collective, 2016. Disponível em: http://cargocollective.com/jonathasdeandrade/o-peixe. Acesso em: 19 set. 2023.

BERGER, J. John Berger, life drawing. In: SAVAGE, J. Berger on drawing. London: Occasional Press, 2007, p. 1-10.

BIENAL. Abel Rodríguez. 34ª Bienal, 2021. Disponível em: http://34.bienal.org.br/artistas/7345. Acesso em: 19 set. 2023.

CASEMENT, R. Libro Azul Británico, Informes de Roger Casement y Otras Cartas Sobre las Atrocidades en el Putumayo. Lima: IWGIA-CAAAP, 2011.

CASEMENT, R. El Libro Rojo del Putumayo. Bogotá: Editorial Salvaje, 2016.

COELHO DE SOUZA, M. Conhecimento indígena e seus conhecedores: uma ciência duas vezes concreta. In: CARNEIRO DA CUNHA, M.; CESARINO, P. de N. (orgs.). Políticas culturais e povos indígenas. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.

DAVID-MÉNARD, M. Repetir e inventar segundo Deleuze e segundo Freud. Discurso, 36, p. 19-36, 2007.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O Anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia 1. São Paulo: Editora 34, 2010.

DEMARCHI, A. Armadilhas, quimeras e caminhos: três abordagens da arte na antropologia contemporânea. Espaço Ameríndio, v. 3, n. 2, p. 177-199, 2009.

ESBELL, J. A arte indígena contemporânea como armadilha para armadilhas. Galeria Jaider Esbell, 9 jul. 2020.

ESBELL, J.; ALVES, C. et al. Moquém_Surarî: arte indígena contemporânea. São Paulo: MAM, 2021.

FLORA. Iimitya, Abel Rodríguez. Flora Ars+Natura, 2016. Disponível em: http://arteflora.org/exposiciones/iimitya-abel-rodriguez/. Acesso em: 19 set. 2023.

FORTIS, P. Abel Rodriguez – BALTIC exhibition. BALTIC+, 2020. Disponível em: http://balticplus.uk/baltic-podcast-dr-paolo-fortis-explores-abel-rodriguez-exhibition-transcript-c33880/. Acesso em: 4 abr. 2024.

GARCIA, M. I. Abel Rodríguez, el artista de la selva. Revista 5 Sentidos, 19 jan. 2021. Disponível em: https://segurossura.com/co/blog/revista-5-sentidos/abel-rodriguez-el-artista-de-la-selva/. Acesso em: 19 set. 2023.

GELL, A. The Vogel’s Net: Traps as Artworks and Artworks as Traps. Journal of Material Culture, v. 1, n. 1, p. 15-38, 1996.

GELL, A. Art and Agency: An Anthropological Theory. Oxford: Clarendon Press, 1998.

HAGE, G. Critical Anthropology as a Permanent State of First Contact. Theorizing the Contemporary. Fieldsights, 13 jan. 2014. Disponível em: https://culanth.org/fieldsights/critical-anthropology-as-a-permanent-state-of-first-contact.

HOCKNEY, D. Secret knowledge. Rediscovering the techniques of the old masters. London: Thames & Hudson, 2019.

INGOLD, T. Making: Anthropology, Archeology, Art and Architecture. London: Routledge, 2013.

INGOLD, T. Trazendo as coisas de volta à vida. Emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, v. 18, n. 37, p. 25-44, jan./jun. 2012.

JACANAMIJOY CHASOY, E.; BASTIDAS JACANAMIJOY, L. Estudio sobre el Simbolismo en las Manifestaciones Artísticas Visuales de la Comunidad Indígena Inga de Santiago, Putumayo. Revista Educación y Pedagogía, v. XIX, n. 49, 2007.

JACANAMIJOY TISOY, B. El Chumbe Inga: una Forma Artística de Percepción del Mundo. Informe final – Beca de Creación VIII Convocatoria ColCultura. Bogotá: ColCultura, 1998.

JACANAMIJOY TISOY, B. El Chumbe Inga: una Forma Artística de Percepción del Mundo. Bogotá: o autor, 2017.

JACANAMIJOY TISOY, B. Kaugsay Suyu Yuyay: Lugar, Vivir, Pensar. Conceptos de la tradición inga sobre el territorio. In: MONTAÑEZ, G. (ed.). Espacio y Territorios: Razón, Pasión e Imaginarios. Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, 2001.

JACANAMIJOY TISOY, B. Etnia Inga. In: BERMÚDEZ GUERRERO, O. M.; MAYORGA RODRÍGUEZ, M. L. et al. (orgs.). El Diálogo de Saberes y la Educacíon Ambiental. Bogotá: Universidad Nacional, 2005, p. 51-80.

JACANAMIJOY TISOY, B. Pensadores de Tierra y Agua: el Arte de Tejer la Vida y Contar Historias. In: MIGNOLO, W.; GÓMEZ, P. P. (eds.). Estéticas y Opción Decolonial. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas, 2012, p. 253.

JACANAMIJOY TISOY, B. El Arte de Contar y Pintar la Propia Historia. Mundo Amazónico, v. 5, n. 1, p. 211-219, 2014. Disponível em: http://www.revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/article/view/45798. Acesso em: 19 set. 2023.

KOWII ALTA, N. M. El concepto sumakruray: una categoría que permite definir y analizar las funciones que tiene el arte para el pueblo Kichwa-Otavalo. Dissertação (mestrado em Estudos Culturais), Quito – Universidade Andina Simón Bolívar, 2016.

LAGOS, O. Arana, rey del caucho: Terror y atrocidades en el Alto Amazonas. Buenos Aires: Emecé Editores, 2005.

LAGROU, E. Antropologia e arte: uma relação de amor e ódio. Ilha, v. 5, n. 2, dez. 2003, p. 93-113.

LAGROU, E. A arte do outro no surrealismo e hoje. Horizontes Antropológicos, v. 14, n. 29, p. 217-230, 2008.

LAGROU, E. Podem os grafismos ameríndios ser considerados quimeras abstratas? Uma reflexão sobre uma arte perspectivista. In: SEVERI, C.; LAGROU, E. (orgs.). Quimeras em Diálogo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013, p. 67-110.

LOTIERZO, T. Erosão num pedaço de papel. Tese (doutorado em Antropologia Social), Brasília – Universidade de Brasília, 2019.

LOTIERZO, T. Dos corpos, a terra: notas sobre a criatividade no trabalho de Rosa Tisoy. In: DAL BÓ, T. L.; LOTIERZO, T.; MAINARDI, C.(orgs.). Processos e efeitos da produção de conhecimentos com populações indígenas: algumas contribuições. Goiânia: Imprensa Universitária, 2020, p. 140-188.

LOTIERZO, T. Amarrar ressonâncias: considerações sobre desenho e antropologia. Revista de Antropologia, v. 65 n. 2: e197963, 2022. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/197963. Acesso em: 19 set. 2023.

MOJOMBOY CUATINDOY, Á. Simbología del Arte Inga – Chumbi (Fajas de 67 Passos), 2015. Disponível em: http://makiwaruraskakuna.blogspot.com. Consulta em: 17 out. 2023.

MOURA, R “Estado Oculto”: movimiento de indigenización en el circuito del arte contemporâneo. Catálogo del 43º Salón Nacional de Artistas, Catálogo de saberes parte 1, p. 90-104, 2015. Disponível em: https://issuu.com/artesvisualesmincultura/docs/cat__logo_de_saberes-q. Acesso em: 4 abr. 2024.

NICOLÁS GÓMEZ, P. 2018. Interser y ecología en el Árbol de la abundancia de Abel Rodríguez. Cuadernos de Curaduría, n. 14, p. 161-181. Disponível em: http://www.museonacional.gov.co/Publicaciones/cuadernos-decuraduria/Paginas/cuadernos-de-curaduria-14.aspx. Acesso em: 4 abr. 2024.

ROCA, J. (ed.). FLORAE (Movimientos: Sierra Nevada). FLORA Ars+Natura, set. 2020. Disponível em: http://arteflora.org/publicaciones/revista-florae-5/. Acesso em: 19 set. 2023.

ROCA, J. El fenómeno Jacanamijoy. El Tiempo, 23 nov. 1999a. Disponível em: https://www.eltiempo.com/archivo/documento/MAM-947705. Acesso em: 4 abr. 2024.

ROCA, J. El fenómeno Jacanamijoy. Columna de Arena, n. 18, 29 nov. 1999b. Disponível em: http://universes-in-universe.de/columna/col18/col18.htm. Acesso em: 4 abr. 2024.

RODRÍGUEZ, A. Así Es Como se Empezó a Enseñar, a Sacar la Figura de lo que se Conoce. Mundo Amazónico, v. 5, p. 285-295, 2014.

RODRÍGUEZ, A. Las plantas cultivadas por la gente de centro em la Amazonia colombiana. Proyecto Putumayo Tres Fronteras del Programa Trinacional. Bogotá: Tropenbos Internacional Colombia, 2013.

RODRÍGUEZ, A. et al. Name and Draw: An Exploration of Communicating Traditional Knowledge in the Work of Abel Rodríguez. Humanities Futures, Duke University, 2016. Disponível em: https://humanitiesfutures.org/papers/name-and-draw-an-exploration-of-communicating-traditional-knowledge-in-the-work-of-abel-rodriguez/. Acesso em: 4 abr. 2024.

RODRÍGUEZ F., C. A. El nombrador de las plantas: la botanica amazónica desde el saber indígena. Historia natural y política. Bogotá: Banco de la República, 2008. Disponível em: https://www.banrepcultural.org/historia-natural-politica/np-intro.html. Acesso em: 4 abr. 2024.

RODRÍGUEZ, C. et. al. Hablar con las plantas: conocimiento tradicional en la obra de Abel Rodríguez. In: SÁEZ DE IBARRA, María Belen (curadora). Selva Cosmopolítica. Bogotá: Museo de Arte de la Universidad Nacional de Colombia, 2014. Disponível em: https://issuu.com/dpc-unal/docs/selva-cosmopolitica. Acesso em: 4 abr. 2024.

ROJAS-SOTELO, M. De Raíz, Extracciones y Apropiaciones. Estudios Artísticos: Revista de Investigación Creadora, v. 2, n. 2, p. 15-32, 2016.

ROSAURO, E. Ecologías políticas: Extractivismo, sojización y deforestación en la cultura visual del siglo XXI. MODOS: Revista de História da Arte, v. 2, n. 2, p. 33–52, 2018.

STRAHERN, M. The Ethnographic Effect, parts I and II. In: STRATHERN, Marilyn. Property, Substance and Effect. Anthropological Essays on Persons and Things. London: The Athlone Press, 1999.

TAUSSIG, M. Culture of Terror-Space of Death. Roger Casement's Putumayo Report and the Explanation of Torture. Comparative Studies in Society and History, v. 26, n. 3, p. 467-497, 1984.

TAUSSIG, M. Shamanism, Colonialism and the Wild Man: A Study in Terror and Healing. Chicago: Chicago University Press, 1987.

TAUSSIG, M. I swear I saw this. Drawing in fieldwork notebooks, namely my own.

Chicago, The University of Chicago Press, 2011.

TROPENBOS. Abel Rodríguez and his Inventory of Plants. Local Research Programme, Tropenbos International. Disponível em: https://www.tropenbos.org/news/local+research+programme:+abel+rodr%C3%ADguez+and+his+inventory+of+plants. Acesso em: 19 set. 2023.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Images of Nature and Society in Amazonian Ethnology. Annual Review of Anthropology, n.25, p. 179-200, 1996a.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, v. 2, n. 2, p. 115-144, 1996b.

VIVEIROS DE CASTRO, E. O Nativo Relativo. Mana, v. 1. n. 8, p. 113-148, 2002a.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Exchanging Perspectives: The Transformation of Objects into Subjects in Amerindian Ontologies. Common Knowledge, v. 10, n. 3, p. 463-484, 2004a.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Perspectival Anthropology and the Method of Controlled Equivocation”. Tipiti: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, v. 2, n. 1, p. 3-22, 2004b.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A Floresta de Cristal: Notas sobre a Ontologia dos Espíritos Amazônicos. Cadernos de Campo, v. 14, n. 15, p. 319-338, 2007.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Cosmological Perspectivism in Amazonia and Elsewhere. Londres: Hau Books, 2012.

WEINER et al. Aestheticsis a cross-cultural category. In: INGOLD, Tim (ed). Key Debates in Anthropology. New York: Routledge, 1996, pp. 251-293.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Tatiana Lotierzo

Downloads

Não há dados estatísticos.